tag:blogger.com,1999:blog-23602878965677039442024-03-12T16:25:24.052-07:00essa palavra presa na gargantaRafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.comBlogger383125tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-3917624406424017762023-12-09T21:51:00.000-08:002023-12-09T21:51:51.331-08:00Engano-me<div style="text-align: left;">Na verdade eu sempre soube.</div><div style="text-align: left;">Desde muito cedo tive a plena certeza.</div><div style="text-align: left;">Dessas que são raras ao longo da vida.</div><div style="text-align: left;">Logo entendi o que estava trilhado.</div><div style="text-align: left;">Aceitei a tal certeza pois sabia que assim seria.</div><div style="text-align: left;">E assim tem sido.</div><div style="text-align: left;">A certeza se mostrou cada dia mais clara, mais óbvia.</div><div style="text-align: left;">O que fiz, o que faço durante o caminho é simples:</div><div style="text-align: left;">Engano-me.</div><div style="text-align: left;">Finjo não saber o que sei.</div><div style="text-align: left;">Faço de conta que a revelação nunca existiu.</div><div style="text-align: left;">Cedo ao mais baixo dos sentimentos humanos: esperanço!</div><div style="text-align: left;">É uma fraqueza, eu sei.</div><div style="text-align: left;">Mas ainda não consegui superá-la.</div><div style="text-align: left;">Eu me atropelo todo e fico cegado pelo engano.</div><div style="text-align: left;">Acreditando que é possível, que agora vai vingar, que desta vez vai dar certo.</div><div style="text-align: left;">E de repente, como num passe de mágica, num átimo de segundo, num piscas de olhos, no rápido bater de asas de um beija-flor, tudo desmorona.</div><div style="text-align: left;">E a certeza se plasma à minha frente.</div><div style="text-align: left;">Como a rir de minha imbecilidade, mais uma vez.</div><div style="text-align: left;">E sua gargalhada me fere os ouvidos.</div><div style="text-align: left;">A certeza crava suas unhas no meu peito, me sacode e repete: - Acorda! Não te enganes. Tu não tens esse direito. Tu não terás, tu não viverás o amor. Não sonhes! Teu destino é a solidão. O quarto escuro e úmido que te enlouquecerá com seu eterno silêncio.</div><div style="text-align: left;">E silente eu sigo rumo ao meu destino.</div><div style="text-align: left;">Ou até o próximo tropeço no engano.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div>Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-14455502672459738542023-11-10T22:14:00.003-08:002023-11-10T22:14:24.794-08:00Tão longe<div style="text-align: left;"> Um dia você me apareceu e mesmo longe estavas perto.</div><div style="text-align: left;">Você me alegrou a vida.</div><div style="text-align: left;">E eu sorri como nunca havia sorriso.</div><div style="text-align: left;">Meus pensamentos diários eram sobre você.</div><div style="text-align: left;">E eu ainda não tinha posto os olhos em você.</div><div style="text-align: left;">Nossos encontros eram virtuais.</div><div style="text-align: left;">Minha alegria era real.</div><div style="text-align: left;">Um dia eu te vi.</div><div style="text-align: left;">Nesse dia eu te beijei.</div><div style="text-align: left;">Naquela noite parecia que nada mais existia além de você.</div><div style="text-align: left;">Além de nós dois.</div><div style="text-align: left;">De nossas mãos entrelaçadas.</div><div style="text-align: left;">Nossos lábios juntos em longos beijos.</div><div style="text-align: left;">Você voltou para o seu lugar.</div><div style="text-align: left;">Eu fiquei aqui.</div><div style="text-align: left;">No auge de um verão você reapareceu.</div><div style="text-align: left;">Três. Por três dias, ou melhor, três noites, ficamos juntos. </div><div style="text-align: left;">Minha alegria continuava real e naquele verão nossos encontros também eram reais.</div><div style="text-align: left;">Passadas as três noites, já era um novo ano, você voltou para o seu lugar.</div><div style="text-align: left;">Mais uma vez eu fiquei aqui.</div><div style="text-align: left;">Você foi sumindo, sumindo. Cada dia mais longe, cada dia mais distante.</div><div style="text-align: left;">Desta vez estavas longe, longe, longe.</div><div style="text-align: left;">É verão outra vez.</div><div style="text-align: left;">Mas você não reapareceu.</div><div style="text-align: left;">Minha alegria que outrora era tão real, hoje parece ilusão.</div><div style="text-align: left;">Viva em mim, latejando todos os dias só a saudade que sinto de você.</div><div style="text-align: left;">E eu sei que você nem mais se lembra de mim.</div><div style="text-align: left;">Esperarei pelos próximos verões.</div><div style="text-align: left;">Quem sabe em algum deles os ventos quentes te tragam de volta.</div><div style="text-align: left;">É nesta ilusão que eu me agarro para tentar amainar a saudade que é tão dolorida.</div><div style="text-align: left;">Teus beijos ainda estão úmidos nos meu lábios.</div><div style="text-align: left;">O calor da tua mão na minha mão eu ainda sinto.</div><div style="text-align: left;">Estás tão longe, mas tua lembrança me segue de perto.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div>Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-68523998017019849232023-08-28T21:36:00.006-07:002023-08-28T21:36:41.983-07:00O amor passou...<div style="text-align: left;">Nunca conheci de perto o amor.</div><div style="text-align: left;">E é este o meu maior desgosto na vida.</div><div style="text-align: left;">O homem que vive sem conhecer o amor é como se não vivesse.</div><div style="text-align: left;">Uns me disseram que o amor é isto, é aquilo, é outra coisa, é alguma coisa.</div><div style="text-align: left;">Alguns me disseram que o amor dói, que machuca, que fere.</div><div style="text-align: left;">Outros ainda me disseram que o amor é grande, que é sublime, que é feliz.</div><div style="text-align: left;">Os que amaram sentiram-se completos.</div><div style="text-align: left;">Mesmo que um dia o amor acabe.</div><div style="text-align: left;">O amor, para mim, passou ao largo.</div><div style="text-align: left;">Sempre distante, sempre intangível, intocável.</div><div style="text-align: left;">De tão longe que sempre me foi passei a desacreditar.</div><div style="text-align: left;">E tudo isso levou um tempo.</div><div style="text-align: left;">Levou o tempo que foi necessário para que eu entendesse.</div><div style="text-align: left;">Que na vida, na minha vida, o amor passou.</div><div style="text-align: left;">Passou sem nunca chegar perto.</div><div style="text-align: left;">Talvez para não me fazer sofrer.</div><div style="text-align: left;">Quem sabe para não me arrebentar o peito.</div><div style="text-align: left;">Dilacerar a alma.</div><div style="text-align: left;">Mas mesmo assim, eu sofri, eu arrebentei o peito e tive a alma dilacerada.</div><div style="text-align: left;">Pela falta.</div><div style="text-align: left;">Falta do amor que jamais chegou.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div>Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-45224044120194400132023-07-25T22:47:00.009-07:002023-07-25T22:59:30.432-07:00Um Sábado em 30: 60 anos de um clássico do Teatro Pernambucano<p style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"></p><p style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="color: black;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuMhfg-yqD8PnV7hr1E7t7KyhI67T0qhikV4UIk3z_Si-Bo_TwGQY6Z-XJ1alp__i_mgUyM3eFRD_GwAHkumk1DYzmmtPbd6ccw4AM50THS0riV53pNLEp_Uz2eBfes_uwErS59I9090-lfNDP41-ArXbclE7WNqSGLmVd0T46Xy-d2LE5qqMy0JDx8nE/s1242/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%201963%20-%20Jos%C3%A9%20S%C3%ADlvio%20Cust%C3%B3dio,%20L%C3%AAda%20Sodr%C3%A9,%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20e%20Reinaldo%20de%20Oliveira%20%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20~1.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="831" data-original-width="1242" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuMhfg-yqD8PnV7hr1E7t7KyhI67T0qhikV4UIk3z_Si-Bo_TwGQY6Z-XJ1alp__i_mgUyM3eFRD_GwAHkumk1DYzmmtPbd6ccw4AM50THS0riV53pNLEp_Uz2eBfes_uwErS59I9090-lfNDP41-ArXbclE7WNqSGLmVd0T46Xy-d2LE5qqMy0JDx8nE/w640-h428/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%201963%20-%20Jos%C3%A9%20S%C3%ADlvio%20Cust%C3%B3dio,%20L%C3%AAda%20Sodr%C3%A9,%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20e%20Reinaldo%20de%20Oliveira%20%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20~1.JPG" width="640" /></a></div><br /> <div><span style="font-family: Arial, "sans-serif"; text-align: justify;"><span> </span><span> </span><span> </span></span></div><div><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: arial;"><br /></span><p style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Hoje remexendo em uns
arquivos fotográficos me deparei com umas imagens do espetáculo <b><i>Um
Sábado em 30</i></b> montado pelo Teatro de Amadores de Pernambuco. E me
lembrei que neste mês de julho, mais precisamente no último dia 08,
completaram-se 60 anos da estreia desta montagem.</span></p><p style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Quem
me conhece, quem já conversou um pouco comigo sabe da verdadeira loucura que eu
tenho pelo TAP e por <b><i>Um Sábado em 30</i></b>. O Teatro de Amadores e
suas histórias contadas por quem viveu nos bastidores do imponente Teatro de
Santa Isabel fazem parte da minha vida desde que eu me entendo por gente. Minha
saudosa avó materna, Cecy, sempre fez questão de manter viva a memória de seu
pai, Francisco Miranda, ou simplesmente Chico Miranda. Meu bisavô foi mordomo
do Teatro de Santa Isabel, primeiro contrarregra do Teatro de Amadores,
secretário particular de Dr. Valdemar - nas histórias de minha vó Valdemar de
Oliveira, o grande homem de Teatro, sempre foi Dr. Valdemar -, ela gostava, particularmente,
de falar da honestidade de Chico Miranda e da confiança que Dr. Valdemar tinha
nele. Era ele quem sempre ia buscar as joias (verdadeiras) que eram emprestada
pela joalheria de Seu Brito (também ator do TAP), o diretor do TAP só confiava
esta missão ao meu bisavô. Em seu livro de memórias <i>Mundo Submerso</i>, Valdemar deixou registrada as seguintes palavras:</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: Arial, "sans-serif";"> </span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Outro que nos fez tremenda falta
foi o humilde e eficiente Francisco Miranda, meu braço direito, durante 12
anos, na direção do Santa Isabel. No TAP, era uma espécie de factótum, em todas
as eventualidades: manejava a linha e a agulha, pregava, pintava, trainelava,
dominando o martelo, a tesoura, o pincel como o mais eficiente profissional;
estava na contrarregra e nada nos faltava; corria à bilheteria, fazia contas,
recebia e pagava, tudo em ordem; colecionava recortes, fazia lançamentos,
organizava balancetes, estava presente a tudo. Pois, se havia um camarada, de
nome desconhecido, que confeccionava certo adereço e trabalhava para as bandas
do Cordeiro ou de Iputinga, nada se sabia ao certo, Chico Miranda ia lá, na
manhã seguinte, descobri-lo. De tarde quando me aparecia, já trazia o homem
consigo, como uma rês laçada. Conheceu, conosco, quase todo o Brasil, em
repetidas excursões. E era de uma fidelidade de cão. Se alguma vez confiei
cegamente num homem, esse homem foi Chico Miranda, pobre e honestíssimo.<o:p></o:p></span></p>
<p style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Doente, visitei-o,
ao partir para uma viagem ao estrangeiro. Apertou-me a mão, num pressentimento
terrível. E chorou como se definitivamente se despedisse de mim. Com efeito,
fora uma despedida para sempre. Sobre seu túmulo, digo-lhe, hoje, a maior
verdade: nunca o esqueci. E jamais encontrei quem o substituísse.<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; line-height: 107%;">[1]</span></span></span></a></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Meu bisavô morreu em uma terça-feira
de carnaval, em 1960. Minha avó contava que seu velório foi cheio de gente de
teatro, de gente fantasiada que saía dos bailes para ir se despedir daquele
homem, calado, que tanto amou o Teatro de Santa Isabel, que tanto se dedicou ao
Teatro de Amadores. Ele foi, dignamente enterrado em um dos túmulos destinados
ao pessoal de Teatro no Cemitério de Santo Amaro. Mas sua memória permaneceu
viva, sua história continuou com seu filho Jair Miranda, que foi um dos maiores
cenotécnicos que esta cidade do Recife já teve, profissional respeitadíssimo no
meio, tendo sido também diretor do mesmo Teatro de Santa Isabel e do Teatro do
Parque. Conto tudo isso, como um preâmbulo para falar da minha ligação
umbilical com o TAP e, por consequência, com <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um Sábado em 30</i></b>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esta montagem, estreada em 08 de
julho de 1963, há sessenta anos atrás, tornou-se um clássico, além de ser uma
montagem, que literalmente passou de geração em geração. Quando o pano do
Teatro de Santa Isabel subiu para que o TAP entrasse em cena com o texto de um
autor pernambucano, os jornais da cidade já haviam noticiado bastante sobre a
próxima estreia dos Amadores: “A peça de Luiz Marinho Falcão, que acaba de ser
premiada (1º lugar) no concurso anual pela União Brasileira de escritores,
secção [sic] de Pernambuco, “Um Sábado em 30”, segundo se afirma será montada
pelo Teatro de Amadores de Pernambuco.”<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Até aquele momento, Luiz
Marinho Falcão Filho, era um dramaturgo ligado do Teatro de Cultura Popular. Que
já havia montado duas peças suas, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A
Derradeira Ceia </i>(1961) <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Incelença
(1962), </i>direção de Luiz Mendonça. O TCP, surgido no seio do Movimento de Cultura
Popular, criado em 1960 e esfacelado após o golpe militar de 1964, era uma
espécie de contraponto ideológico ao pensamento do TAP, assim também era o
Teatro Popular do Nordeste, encabeçado por Hermilo Borba Filho. Os Amadores
eram um grupo da elite produzindo arte para a elite.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Luiz
Marinho nasce no interior de Pernambuco, Timbaúba, ao pé da serra dos Mocós.
Constrói sua dramaturgia a partir, sobretudo, de um universo de crendices,
violeiros, vaqueiros, cegos de feira, capitães de fandango, cangaceiros e
outros tipos locais, com os quais toma contato em sua infância e adolescência
interioranas. Autor de outros textos, como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A
Derradeira Ceia</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Incelença</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Afilhada de Nossa Senhora da Conceição</i>,
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Viva o Cordão Encarnado</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Promessa</i>.<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Apesar de o texto ter sido
premiado em 1963, Marinho já o havia concluído em 1960, quando entregou-o a
Valdemar de Oliveira, que fez algumas sugestões ao autor, sugestões que deram a
forma final ao texto, encenado e premiado em 1963. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Desde
aquele 08 de julho de 1963, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um Sábado em 30</i></b>, ligou definitivamente
Luiz Marinho ao TAP, que posteriormente montou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Incelença</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Afilhada de
Nossa Senhora da Conceição</i> (1973), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A
Estrada</i> (1993), além das inúmeras remontagens do clássico <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um Sábado
em 30</i></b>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
peça de Marinho, passada em uma antessala de jantar de uma casa de uma senhor
de engenho na cidade Timbaúba, tendo como pano de fundo os acontecimentos da
Revolução de 1930. “Praticamente, não há enredo. Ou o enredo se apresenta “aos
pedaços”, com encadeamento dramático não rigoroso”<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. Inegável que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um Sábado
em 30</i></b> é recheado das memórias de menino timbaubense de Marinho, como o
próprio afirmou: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Quando
menino, tinha o gosto, pouco comum, de andar pela cozinha, misturado com os
empregados e de passar horas escutando-os conversar. Muitas vezes desejei ser
do mato e participar daquelas histórias, daquelas pelejas por eles contadas. Agradava-me,
sobretudo, o seu linguajar e introduzia-o em minhas palestras com frequência tal
que deu trabalheira imensa a minha família corrigir-me. Aos sábados ninguém me
arredava da cozinha. Era o dia em que chegavam, do mato, para a feira, parentes
de empregados que iam ‘assistir’ lá em casa. [...] Outra intenção não tive, ao
escrever esta pecinha, a não ser evocar um pouco, um sábado lá em casa e
homenagear aquela gente que eu quero muito bem e que anda por aí dispersa sem
que jamais possa revê-la, novamente.<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A tal pecinha, a que Marinho se
refere, tornou-se um clássico, desde sua estreia com o elenco formado por Diná
de Oliveira (Sá Nãna), Lêda Jácome Sodré (Joana), Reinaldo de Oliveira (Chico),
José Sylvio Custódio (Julião), Sulamits Lira Santos (Leninha), Elaine
Cavalcanti Soares (Zefa), Ruth Rosenbaum (Filó), Norma Corrêa de Almeida (Dona
Mocinha), Antonio Brito Miguel (Seu Severiano), Vicentina Freitas do Amaral
(Quitéria), Romildo Halliday (Major Paulino), Nair Brito Filha (Luzia), Carmela
Mattoso (Maria das Mercês), Tereza Cristina Vieira de Melo (Maria de Jesus),
Claudio Basbaum (Romeu), Luiz Carlos Nunes Machado (Gustavo), Adhelmar de Oliveira
(Seu Quincas), José Maria Marques (Vasco) e Cladira Hallyday (Ama), com direção,
cenário e figurino de Valdemar de Oliveira. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Embora tenha sido bastante criticada
pela imprensa local, por ser demasiado acentuado o teor hilário do texto,
tornando-o uma caricatura, quase uma caricatura sentimental, como havia sido a
montagem de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Onde Canta do Sabiá </i>de
Gastão Tojeiro dirigida por Hermilo Borba Filho para o TAP em 1958. É como se
Valdemar tivesse transformado o texto de Marinho numa comédia de costumes à la
Martins Pena, tornando-se irrelevante os aspectos mais sérios do texto, como a “tensão
de classe” ou a crítica àquela sociedade interiorana da década de 1930.<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mesmo tento sido severamente criticada
a montagem passou à história como um fenômeno. Levada à cena pelo TAP por 29
anos ininterruptos, excursionando por diversos estados do país. Sendo remontada
quase anualmente entre 1992 e 2008. Leva à cena nos momentos comemorativos do
TAP, inauguração do Nosso Teatro (1971), na reinauguração do Nosso Teatro, já
rebatizado de Teatro Valdemar de Oliveira (1982), após o incêndio que destruiu
a sede do grupo (1980), nas comemorações do cinquentenário do TAP, nas comemorações
do centenário de nascimento de Valdemar de Oliveira (2000), nas comemorações
dos 70 anos do TAP. Enfim, desde a noite de estreia a peça de Luiz Marinho está
intrinsecamente ligada à história dos Amadores.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Além
disso, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um Sábado em 30</i></b>, tornou-se uma coisa espécie de herança de
família, para não negar as raízes em que estiveram fincadas a ideologia do
grupo desde sua fundação em 1941. Nas diversas remontagens, a peça chegou a
reunir 3 gerações de uma mesma família no palco. Alguns começaram interpretando
crianças, passaram às personagens adolescentes, às jovens empregadas da casa,
até chegar a dona da casa, como aconteceu com Renata Phaelante, que começou interpretando
a menina Leninha, passou à uma das filhas adolescentes da casa, depois
interpretou por longo tempo Filó, a empregada e por último, recebeu a chave da
casa de Dona Mocinha das mãos de Geninha da Rosa Borges que passava
simbolicamente na entrega da chave a personagem Dona Mocinha que havia interpretado
em várias remontagens à Renata que passaria a defendê-la dali em diante. Caso
mais curioso é o de Reinaldo de Oliveira, que por mais de 50 anos interpretou a
mesma personagem, Chico, tendo ao longo da carreira da peça atuado ao lado de
sua mãe Diná de Oliveira, que interpretava, possivelmente, a mais genial de
suas criações no palco, Sá Nana. Reinaldo ainda atuou ao lado de sua esposa,
Dulcinéia de Oliveira, de sua filha Dinazinha, de sua filha Patrícia, de sua
neta Júlia.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><b>Sá
Nana e Diná</b><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVSLQbPGRrjQFMw-8bMbcyYtXIyjpvTjF_sJZEBRGRblIyAKl92nDwg9YjPqSV229UapcIhw9ydkCg2sLK-fvS8SbrdC-O3z-a_kpxsY2CaffShfARhyvunCIAx3yAZEa7RlEHN0zV_vb066kcf3MdPVqMnR0ZM3EpaNodFp-wczpQS-Jvh88I3hRUTAM/s2158/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-%20fot%C3%B3grafo%20n%C3%A3o%20identificado.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2158" data-original-width="1540" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVSLQbPGRrjQFMw-8bMbcyYtXIyjpvTjF_sJZEBRGRblIyAKl92nDwg9YjPqSV229UapcIhw9ydkCg2sLK-fvS8SbrdC-O3z-a_kpxsY2CaffShfARhyvunCIAx3yAZEa7RlEHN0zV_vb066kcf3MdPVqMnR0ZM3EpaNodFp-wczpQS-Jvh88I3hRUTAM/w457-h640/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-%20fot%C3%B3grafo%20n%C3%A3o%20identificado.jpg" width="457" /></a></div><b><br /></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O papel de Sá Nana, a espevitada
velha criada da casa de Seu Quincas de Dona Mocinha, coube a Diná de Oliveira,
a primeira dama do TAP. Papel que ela desempenhou até meados das década de
1990, quando por motivos de saúde precisou se afastar do palco. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Desde a estreia em 1963, a
interpretação de Diná para Sá Nana foi destaca pela crítica. Como apontou Joel
Pontes: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Encontro,
então, Diná de Oliveira num dos seus trabalhos mais perfeitos, precisa nas
réplicas e inflexões – as suas inflexões tão exatas de nordestina, que noutras
ocasiões se atritam com a personagem e que, nesta, alcançam efeitos cômicos que
são também verdadeiras reproduções da realidade.<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span></span></span></a></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Quando
de uma excursão do TAP ao Rio de Janeiro, o crítico Yan Michalski apontou as
qualidades de Diná na interpretação de Sá Nana: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 4cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="mso-bidi-font-size: 12.0pt;">Grande
parte dessa graça deve-se à presença de Diná de Oliveira, uma velha senhora
como teatro brasileiro não as possui mais. Animadíssima, maliciosa ao extremo,
conhecedora profunda dos macetes através dos quais um ator pode valorizar ao
máximo um efeito cômico, ela conquista de saída, e merecidamente, a simpatia da
plateia e as honras da noite.<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-size: 12.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span></span></span></a></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A
atriz que já havia dado vida a Bernarda Alba de Lorca, a Madame Clessi de
Nelson Rodrigues, parecia ter encontrado a maior personagem de sua vida, a personagem
que a consagraria junto ao público, chegando quase a confundir-se com a atriz.
Sá Nana, inclusive, foi tão forte na vida de Diná que era subindo ao palco para
interpretá-la que conseguiu superar a perda de seu companheiro de vida e de
teatro Valdemar em 1977. “Ela me domina. Foi ela quem me arrastou de volta ao
palco e me fez descobrir que em mim existem duas Dinás: uma que chorava e outra
que, retornando à cena, redescobria fascinada o idealismo de Valdemar”<a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Diná
foi substituída por Maria Paula, a partir de 2000, quando TAP retornou ao seu
clássico espetáculo para dar início às comemorações do centenário de seu
fundador Valdemar de Oliveira. Reinaldo de Oliveira, que a esta altura já havia
assumido a direção do espetáculo dizia que tomou um grande susto quando viu
Maria Paula caracterizada pela primeira vez de Sá Nana tal a semelhança dela
com a Sá Nana de Diná. Nas últimas apresentações do TAP de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um Sábado em 30</i></b>, Sá Nana
foi interpretada pela atriz Isa Fernandes.</span><span face="Arial, "sans-serif"" style="font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face="Arial, "sans-serif"" style="font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"><b>O
meu Sábado em 30</b></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiejGuDapjFiSSoDwMnL_eaEWOFPr1xmRYG5binoArG8iH6g_lQXPpUfVyiyWn0iUCngb0oT1CDSXxGzemcqLiWkBEaK8CxGDoMHFn-ffkX8lBQeWSpeJVMZy3Q0C7JuCs4btXNNXyoYHi4WWMwIUZsY_iGkrePKTcTNJN_m7G6-mnG6IdAiNANXcv6eVg/s3964/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%201963%20-%20Elaine%20Soares,%20Ruth%20Rozenbaum%20e%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-%20fot%C3%B3grafo~1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3964" data-original-width="2555" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiejGuDapjFiSSoDwMnL_eaEWOFPr1xmRYG5binoArG8iH6g_lQXPpUfVyiyWn0iUCngb0oT1CDSXxGzemcqLiWkBEaK8CxGDoMHFn-ffkX8lBQeWSpeJVMZy3Q0C7JuCs4btXNNXyoYHi4WWMwIUZsY_iGkrePKTcTNJN_m7G6-mnG6IdAiNANXcv6eVg/w412-h640/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%201963%20-%20Elaine%20Soares,%20Ruth%20Rozenbaum%20e%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-%20fot%C3%B3grafo~1.jpg" width="412" /></a></div><b><br /></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Não
me lembro a data exata em que assisti a primeira vez <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Um Sábado em 30</i></b>,
possivelmente na temporada de 2000 em comemoração aos 100 anos de Dr. Valdemar.
Mas sei que de imediato aquele espetáculo me tomou por completo. Na última vez
que contei já o havia assistido mais de 40 vezes. Foram inúmeras vezes que
acorri ao Teatro Valdemar de Oliveira para assisti-lo. Em seguidas temporadas meu
ingresso era sempre o ingresso para a cadeira A2 ou A1, a primeira cadeira do
corredor da primeira fila. Fascinado assisti incansavelmente, ao ponto de saber
falas decoradas, marcas decoradas, de saber quando um ator ou atriz errava ou
improvisava. Vi diversas configurações de elenco. Fui assistir ao Amadores no
Teatro de Santa Isabel, no Teatro do Parque, qualquer apresentação comemorativa,
participação em festival, lá estava eu, mais uma vez. Meu sonho de ator iniciante
era estar naquele cenário, fazendo parte daquela história. Inconscientemente
era como se eu estivesse buscando um quinhão da herança da minha família, um
pequeno galho da árvore que havia sido plantada há décadas com a ajuda de meu
bisavô. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Posso
até hoje fechar os olhos e dizer do início ao fim as marcações de cena, as
inflexões de cada fala, as roupas de cada personagem, o lugar exato de cada
móvel ou objeto de cena. Tudo está incrustrado na minha memória como marca do
que sou. Mas, hoje são só lembranças. Lembranças que jamais se apagarão. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">O
TAP já praticamente não existe, o Teatro Valdemar de Oliveira está fechado, em
condições lastimáveis, mas a história gloriosa do idealismo de Dr. Valdemar jamais
deve ser esquecida. O texto de Luiz Marinho não pode ser esquecido. As criações
geniais de Diná, de Reinaldo, de Vicentina, de Vanda Phaelante, de Clenira Melo,
de Ivanildo Silva e de tantos outros que deram vida às personagens do texto não
podem, não deve ser esquecidas. <o:p></o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
OLIVEIRA, Valdemar de. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Mundo submerso:</b>
memórias. 3<span style="font-size: 9pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">ª ed.
Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1985. p.148.<o:p></o:p></span></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> A
PEÇA DE LUIZ MARINHO FALCÃO, QUE ACABA DE SER PREMIADA (1º LUGAR) NO CONCURSO
ANUAL PELA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES, SECÇÃO [SIC] DE PERNAMBUCO, “UM
SÁBADO EM 30”, SEGUNDO SE AFIRMA SERÁ MONTADA PELO TEATRO DE AMADORES DE
PERNAMBUCO. Diario de Pernambuco, Recife, 23 de maio de 1963. Segundo Caderno,
p.3.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
CADENGUE, Antonio Edson. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">TAP – sua cena
& sua sombra:</b> o Teatro de Amadores de Pernambuco (1941-1991). Recife:
Cepe: SESC Pernambuco, 2011. v.2. p.98.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Ibidem.</b> p.96.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
MARINHO, Luiz. Apud TEATRO DE AMADORES DE PERNAMBUCO. Um Sábado em 30. Recife,
1963. Programa.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
VIEIRA, Anco Márcio Tenório. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Luiz
Marinho:</b> o sábado que não entardece. Recife: Fundação de Cultura Cidade do
Recife, 2004. p.100-101.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
PONTES, Joel. Diário Artístico. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Diario
de Pernambuco</b>, Recife, 18 de jul. 1963. Segundo Caderno, p.1.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
MICHALSKI, Yan. Um velho álbum de família. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Jornal
do Brasil</b>, Rio de Janeiro, 06 de jul. 1976. Teatro.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText"><a href="file:///C:/Users/rapdr/OneDrive/Documentos/UM%20S%C3%81BADO%20EM%2030_60%20anos%20de%20um%20cl%C3%A1ssico..docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span face=""Calibri","sans-serif"" style="font-size: 10pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> OLIVEIRA,
Diná. Diario de Pernambuco, 1997.<o:p></o:p></p>
</div>
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtnizuiHyy01P5X5Rr2jwBSvbnrtjhSVlzHy0-TDSZvDQuajUSZAVlCVM6rcBP3Aao7MSddzuek5jfFP9jOrAec_FaFzPQ3HGMtoPcDvGGzCrmIr9YQuibqT-ZbW-OSqDeHQfR7FTRFHXiWojdj4VpIbtSR4Xw1U11pEb0MVW1zArIi4R4LsIFK8nGiYg/s600/Umsabadoem30_arquivoTap_8.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="428" data-original-width="600" height="456" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtnizuiHyy01P5X5Rr2jwBSvbnrtjhSVlzHy0-TDSZvDQuajUSZAVlCVM6rcBP3Aao7MSddzuek5jfFP9jOrAec_FaFzPQ3HGMtoPcDvGGzCrmIr9YQuibqT-ZbW-OSqDeHQfR7FTRFHXiWojdj4VpIbtSR4Xw1U11pEb0MVW1zArIi4R4LsIFK8nGiYg/w640-h456/Umsabadoem30_arquivoTap_8.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSrxeLB3Su_C2yqtgD9qHJdFqvifrLrTCkvXszWqCBYIuEZf81WXC_TpUISVWsYEiRLTMCITLxZTHoD64xy6fsjceLpvhUIGFiJ9Duy6Ju4bKs0c5WvCZ8wquLpsywozHTrTc5HEZoh90Nrom9JKsrZuschFa-vtoj6q8xaP1iLucWPTNsM5ZKDjbcGvM/s2670/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20Reinaldo%20de%20Oliveira,%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20e%20Ivanildo%20Silva%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-%20fot%C3%B3grafo%20~1.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1728" data-original-width="2670" height="414" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSrxeLB3Su_C2yqtgD9qHJdFqvifrLrTCkvXszWqCBYIuEZf81WXC_TpUISVWsYEiRLTMCITLxZTHoD64xy6fsjceLpvhUIGFiJ9Duy6Ju4bKs0c5WvCZ8wquLpsywozHTrTc5HEZoh90Nrom9JKsrZuschFa-vtoj6q8xaP1iLucWPTNsM5ZKDjbcGvM/w640-h414/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20Reinaldo%20de%20Oliveira,%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20e%20Ivanildo%20Silva%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-%20fot%C3%B3grafo%20~1.JPG" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYXnF-YAd89g2L5yfivZPfDtLPYEDInaUpvPe6GfbW-ExVLOgLPF3_yRnwUMrRHaAXUkirg63-sZQFW4FCjXKJ2RzsfUYUibkf60-KMEJeix-Frgf_9UaDCpnjcZkpnvjkXbYaO8M4QPrZasJdgcXq9qYrdUW7FsuwqiZ28fMJ7aroxHrqRKKvBQ8DnHA/s3846/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20Ivanildo%20Silva,%20Reinaldo%20de%20Oliveira,%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20e%20Dulcin%C3%A9a%20de%20Oliveira%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20P~1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2520" data-original-width="3846" height="420" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYXnF-YAd89g2L5yfivZPfDtLPYEDInaUpvPe6GfbW-ExVLOgLPF3_yRnwUMrRHaAXUkirg63-sZQFW4FCjXKJ2RzsfUYUibkf60-KMEJeix-Frgf_9UaDCpnjcZkpnvjkXbYaO8M4QPrZasJdgcXq9qYrdUW7FsuwqiZ28fMJ7aroxHrqRKKvBQ8DnHA/w640-h420/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20Ivanildo%20Silva,%20Reinaldo%20de%20Oliveira,%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20e%20Dulcin%C3%A9a%20de%20Oliveira%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20P~1.jpg" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr12T1Vhm0QNeErNYxpAMfb3G3iIQ4qDVfpHw8SnrIw58BM1JDcBrSQIOWIfagKEcuWJKahJdhNJB0TCiGV9mQjDOLHKGWKRH7B641eXgOWLU0tplyR0ccQXmHQYnGrr2DQPn8JBKuNC5ARdMvjSzUxVaZsqCsvlwO3Qg0Np0Z96l7xtAR4Hy7W8Oj8Qc/s2538/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20En%C3%A9as%20Alvarez,%20Vicentina%20Freitas%20do%20Amaral%20e%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-%20fot%C3%B3~1.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1728" data-original-width="2538" height="436" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr12T1Vhm0QNeErNYxpAMfb3G3iIQ4qDVfpHw8SnrIw58BM1JDcBrSQIOWIfagKEcuWJKahJdhNJB0TCiGV9mQjDOLHKGWKRH7B641eXgOWLU0tplyR0ccQXmHQYnGrr2DQPn8JBKuNC5ARdMvjSzUxVaZsqCsvlwO3Qg0Np0Z96l7xtAR4Hy7W8Oj8Qc/w640-h436/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20En%C3%A9as%20Alvarez,%20Vicentina%20Freitas%20do%20Amaral%20e%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-%20fot%C3%B3~1.JPG" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvBaUFSnvcak7rKUq7H56yjq9CTK4ah-YcdnxNPAe218nj4Xx2Oh7hxzSV1JBvDfzGjQRzvly5cTGtHGfi622dtKRdo7G5sXY5Mi2K4ADLMVFW90k7ECacHhVioobwGj9j0bhFlCuU-iUPUeKMSim-WDT6dEDujrPvfob-CiUVgRwxEUQcV8vJlMdC5-Q/s2736/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20Clenira%20Bezerra%20de%20Melo,%20Ivanildo%20Silva,%20Violeta%20Torre%C3%A3o%20e%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Per~1.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2105" data-original-width="2736" height="492" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvBaUFSnvcak7rKUq7H56yjq9CTK4ah-YcdnxNPAe218nj4Xx2Oh7hxzSV1JBvDfzGjQRzvly5cTGtHGfi622dtKRdo7G5sXY5Mi2K4ADLMVFW90k7ECacHhVioobwGj9j0bhFlCuU-iUPUeKMSim-WDT6dEDujrPvfob-CiUVgRwxEUQcV8vJlMdC5-Q/w640-h492/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%20Clenira%20Bezerra%20de%20Melo,%20Ivanildo%20Silva,%20Violeta%20Torre%C3%A3o%20e%20Din%C3%A1%20de%20Oliveira%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Per~1.JPG" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyju1SV6KlquYADFj-aDN4e685LXUJYbPxRNXzklYg5bIqvavZjaNrWlRog_OQqAbCWWrggvLNJJRrat58Yt7kp6bNaIldLQ8446SnCBmBuiwt4BDrVzrn4yh1bdFiVJnyqd4gZuN2s6zDIsfkVwZKlw54N1aiijnC3meEayr36_5SxThqS1QscjaqKRE/s3957/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%201963%20-%20Reinaldo%20de%20Oliveira,%20Elaine%20Soares%20e%20Jos%C3%A9%20S%C3%ADlvio%20Cust%C3%B3dio%20%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-~1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2555" data-original-width="3957" height="414" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyju1SV6KlquYADFj-aDN4e685LXUJYbPxRNXzklYg5bIqvavZjaNrWlRog_OQqAbCWWrggvLNJJRrat58Yt7kp6bNaIldLQ8446SnCBmBuiwt4BDrVzrn4yh1bdFiVJnyqd4gZuN2s6zDIsfkVwZKlw54N1aiijnC3meEayr36_5SxThqS1QscjaqKRE/w640-h414/Um%20S%C3%A1bado%20em%2030%20-%201963%20-%20Reinaldo%20de%20Oliveira,%20Elaine%20Soares%20e%20Jos%C3%A9%20S%C3%ADlvio%20Cust%C3%B3dio%20%20-%20Teatro%20de%20Amadores%20de%20Pernambuco%20-~1.jpg" width="640" /></a></div><br /><br /><p></p></div>Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-30523168478421012902023-05-15T18:55:00.005-07:002023-05-15T19:06:13.729-07:00Onde vou te encontrar?<div style="text-align: left;">Parece que o tempo parou.</div><div style="text-align: left;">Os relógios não têm mais ponteiros.</div><div style="text-align: left;">Estou no centro da roda da vida.</div><div style="text-align: left;">Parei naqueles dias.</div><div style="text-align: left;">Nos dias em que você esteve perto.</div><div style="text-align: left;">Teu braço, teu cheiro ainda estão em mim.</div><div style="text-align: left;">O tempo se arrastou até hoje.</div><div style="text-align: left;">E hoje ainda me parece ser aquele tempo.</div><div style="text-align: left;">Os poucos dias em que feliz eu fui.</div><div style="text-align: left;">E eu não avancei.</div><div style="text-align: left;">Meu sorriso morreu no teu adeus.</div><div style="text-align: left;">Todos os dias em pensei em ti.</div><div style="text-align: left;">Eu não sei mais sorrir.</div><div style="text-align: left;">Você levou consigo o meu sorriso.</div><div style="text-align: left;">A minha vontade, o meu desejo, o meu elã.</div><div style="text-align: left;">O meu sexo foi contigo.</div><div style="text-align: left;">Eu fiquei parado, olhando você seguir em frente.</div><div style="text-align: left;">Cá estou. Sem você, no meio do nada.</div><div style="text-align: left;">Olho ao redor e não te vejo mais.</div><div style="text-align: left;">E creio que não mais te verei.</div><div style="text-align: left;">Guardo o travo do teu beijo agreste.</div><div style="text-align: left;">Agreste como o teu lugar.</div><div style="text-align: left;">Quente como jamais outro beijo senti.</div><div style="text-align: left;">Sei, tenho quase certeza que não mais provarei dos beijos teus.</div><div style="text-align: left;">Embora ainda acalente no fundo do meu velho peito a esperança de um dia ter-te novamente.</div><div style="text-align: left;">Quando isto acontecer, se isto acontecer, será de novo o tempo em que todos os relógios terão ponteiros.</div><div style="text-align: left;">Será o momento em que a vida voltará a correr, o tempo passará.</div><div style="text-align: left;">E por fim terei de volta o meu sorriso.</div><div style="text-align: left;">Queria tanto poder sorrir outra vez, mirando teus pequenos olhos e teu sorriso tímido.</div><div style="text-align: left;">Volta, traz de volta o meu sorriso.</div><div style="text-align: left;">Devolve-me a minha vontade, o meu desejo, o meu elã.</div><div style="text-align: left;">Devolve-me o sexo.</div><div style="text-align: left;">Para que possamos arder de paixão até consurmimo-nos e mais nada importará.</div><div style="text-align: left;">Te espero, te aguardo, te anseio com as poucas forças que ainda habitam meu envelhecido e frágil corpo.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><p style="text-align: left;"><br /></p><p style="text-align: left;"><br /></p><p><br /></p>Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-66805243920451192862023-01-15T05:50:00.004-08:002023-01-15T09:05:49.759-08:00mentira de amor<div style="text-align: left;">eu só queria um amor<br />mesmo que de mentira fosse<br />para me dizer, ao menos uma vez,<br />com falsidade mesmo:<br />eu te amo!<br />e tal mentira seria verdade<br />naquele breve instante.<br />eu seria feliz por um segundo<br />e tudo depois se acabaria <br />a mentira, a verdade, o amor...<br />pois até os que dizem a verdade,<br />a verdade de amores,<br />até mesmo o verdadeiro amor,<br />mentira é.</div><p><br /></p>Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-30490148638402723892022-11-27T17:43:00.006-08:002022-11-27T17:47:37.488-08:00Caminhos DescruzadosColoco um disco para tocar.<div>Escolhi uma velha canção de amor.</div><div>Gal, com sua doce voz, dá agudas notas de uma canção de Jobim.</div><div>Olho pela janela e vejo o céu repleto de estrelas.</div><div>Minha dose se acaba, preparo outra.</div><div>O piano da gravação desfia uma linda harmonia junto com cordas muito bem arranjadas.</div><div>A letra da canção fala em corações cansados.</div><div>Meu coração já está tão cansado.</div><div>Bate compasadamente fraco.</div><div>Mas a vida não é como na canção.</div><div>O meu velho coração já não vai mais encontrar outro coração cansado.</div><div>Esse novo amor não mais chegar.</div><div>Você não vem.</div><div>A mim, só me resta chorar.</div><div>Eu que tantas vezes tentei, eu que inúmeras vezes amei.</div><div>Já não haverá um novo amor.</div><div>Não mais caminhos cruzados.</div><div>Sem tempo para novas chances.</div><div>Eu fui sempre um tolo.</div><div>Acreditar no amor, amor quem ninguém pode explicar.</div><div>Saudade que não vai se apagar.</div>Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-17958216663487214732022-11-27T09:31:00.003-08:002022-11-27T17:45:27.840-08:00Te amar demaisQue esperar da vida sem você?<br />O tempo é morto, a vida é fria.<br />Já não sei que rumos tomar.<br />A estrada é infinita?<br />Finito é tudo.<br />Sei que o tempo de amar já passou.<br />Sei também que já não serei amado.<br />Como nunca o fui ao longo desta triste estrada cinzenta.<br />Contemplei o amor alheio e tudo aqui me roeu a alma.<br />Alma que um dia esperançou um doce e terno beijo.<br />Um envolvimento quente de um abraço amoroso.<br />Um pequeno afago de mãos cálidas.<br />E o que tive?<br />A distância, a frieza, a indiferença.<br />Tão forte e lancinante como um aço frio de um punhal brilhante de prata.<br />E só.<br />Nada mais. Nada.<br />Busco teu corpo e já não estás aqui.<br />Tento recordar teu cheiro mas ele também já se evolou nou ar.<br />Perdeu-se no tempo. Como eu me perdi nas escolhas que fiz.<br />Arrependimentos, hoje, posso dizer tê-los.<br />Mas não podemos dar marcha à ré.<br />Os intantes da vida não serão nunca capturaveís.<br />Teu amor jamais me pertenceu.<br />A tua indiferença esta me foi completamente devotada.<br />Mas mesmo assim não te tenho rancor.<br />Vejo-te ainda com ternura e carinho.<br />Este é o meu mal, o de te amar demais.Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-77017012296606608792021-01-30T11:24:00.003-08:002022-11-27T17:45:57.643-08:00Tempo Morto<br />Um dia tudo será passado.<br />Eu também terei passado.<br />Serei um amontado de fotografias esmaecendo numa velha caixa de sapatos ou no fundo de uma gaveta nunca aberta.<br />Aos poucos como as fotografias eu também irei desaparecendo das memórias.<br />Quando os que me conheceram forem também passado já não serei lembrado.<br />Assim é o tempo.<br />O tempo passado, tempo morto de mortos que não já não terão importância.<br />Quando enfim se desmancharem no ar as lembranças já nada mais terá ficado.<br />Nem o que fui, nem o que o fiz será relevante.<br />Este é o caminho que todos percorreremos.<br />Ninguém a ele escapará.<br /><br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-25604673145304035532020-10-18T17:57:00.000-07:002020-10-18T17:57:10.006-07:00Cronos Cruel<p> O Tempo é o mais cruel dos deuses.</p><p>Ele te corrói o corpo.</p><p>Destrói o rosto.</p><p>Empalidece a tez.</p><p>Enbranquece os cabelos, quando não os leva embora.</p><p>O Tempo te priva dos teus.</p><p>Carrega para longe os entes.</p><p>Faz sumir as lembranças.</p><p>Esmaece as imagens.</p><p>O Tempo é sempre assim.</p><p>E anda sempre em uma única direção.</p><p>O Tempo te leva veloz.</p><p>Te atrasa também.</p><p>Ele é implacável.</p><p>Incansável.</p><p>O Tempo é.</p><p><br /></p>Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-45691023707660846982020-07-07T11:40:00.002-07:002020-07-07T11:40:57.529-07:00ColeçãoEu sempre tive medo de envelhecer.<br />
Não temia por mim, pela decadência do meu corpo.<br />
Me amedrontava a passagem do tempo por saber que rumávamos todos para o fim.<br />
Tinha medo pois sabia que se continuasse deixaria muitos para trás.<br />
O horror era de pelo caminho perder os meus, os entes.<br />
Eu tinha medo pelo envelhecimento dos outros.<br />
Dos que eu amava e que tinha certeza que eu perderia.<br />
A vida é assim, dizam-me.<br />
Tudo tem um fim. Prepara-se.<br />
Nunca estamos de fato preparados.<br />
Ao longo dos anos fui me dando conta que a vida é isso, vamos andando e colecionando saudades.<br />
Um cheiro que não se sente mais.<br />
Uma voz que não se ouve mais.<br />
Um rosto que já não se pode acariciar.<br />
O colo em que não podemos mais deitar.<br />
A cada novo passo a coleção vai aumentando.<br />
Até um dia em que você vira parte de alguma coleção.Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-23872942846314253962020-02-29T19:42:00.001-08:002020-02-29T19:42:30.440-08:00Trem passageiroPassa.<br />
De ano em ano.<br />
Tão igual.<br />
Diferente também.<br />
O nome é o mesmo.<br />
O teu sorriso é mais bonito.<br />
Teu cheiro é doce.<br />
Teu corpo macio. De pelos delicados.<br />
Emaranhados os dois.<br />
Numa cama furtiva.<br />
Nossas pernas dançam.<br />
Teu jeito manso, delicado.<br />
Rapidamente nos vemos.<br />
Intensamente vivemos.<br />
Te vais.<br />
Eu fico.<br />
Dentro de um ano nos veremos outra vez.<br />
Será tudo igual?<br />
Sei que não seremos mais os mesmos.<br />
Menos cabelos, mais pelos brancos.<br />
Não temos o privilégio de vermo-nos envelhecer diariamente.<br />
Quando nossos olhos se reencontrarem tomaremos um susto.<br />
Rapidamente notaremos que já não somos como há um ano atrás.<br />
Que muito chão se passou entre nós.<br />
Os beijos, os carinhos, o desejo, estes permanecerão.<br />
Meu trem lindo.<br />
Trem que segue para as Minas.<br />
Eu estarei cá, no porto.<br />
Atracado como um velho navio, cansado de guerra.<br />
Em pouco menos de um ano teus trilhos chegarão novamente ao porto.<br />
E tudo será festa.<br />
Mesmo que tua parada seja ligeira.<br />
O sol iluminará nossas mãos dadas.<br />
E mais uma vez seremos só nós dois.<br />
Vai, trem.<br />
Saibas que quando voltares estarei de braços abertos como o mar para te receber.<br />
<br />
<br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-90120752993380243732019-11-10T17:57:00.002-08:002019-11-10T17:57:59.327-08:00A queda.Eu não desejo somar.<br />
Sempre quis dividir.<br />
Pois tudo que há em mim é demais.<br />
Que tanto há em mim?<br />
Sou todo amor.<br />
E ao mesmo tempo sou muita ausência.<br />
De tanto que amei.<br />
De tanto que não me amaram.<br />
Quando tudo passa a ser nada.<br />
Quando o preenchido passa a ser o vazio.<br />
Os braços que não te envolvem.<br />
Os pés que não caminham juntos.<br />
Os olhos que não vêm juntos o tempo passar.<br />
Não envelheceremos juntos.<br />
Não dividiremos o mesmo leito.<br />
Não, não compartilharemos nada.<br />
Pois sempre fui eu.<br />
Eu que sempre estive.<br />
Saltei no abismo, como sempre fizera.<br />
Sem redes, sem amarras, sem proteção.<br />
E no átimo de segundo que o voo deixou de ser voo e encontrei o solo tu percebi.<br />
Me dei conta que tudo fora ilusão.<br />
Que realmente nunca estivestes lá.<br />
Tudo foi um delírio meu.<br />
Tudo não passou de uma mera projeção do meu inconsciente.<br />
E neste instante tudo se transformou.<br />
Passei a ser completamente vazio.<br />
E findo.Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-87074385488649340302019-08-06T19:06:00.002-07:002019-08-06T19:06:35.356-07:00TestamentoQuando eu morrer só digam de mim uma coisa: que amei.<br />
Que muito amei.<br />
Não quero flores.<br />
Não espero dores.<br />
Não preciso de lágrimas.<br />
Muito menos digam que fui bom.<br />
Não me façam pesar na subida.<br />
Para onde vou pouco importa.<br />
Não me velem também.<br />
Tenho horror.<br />
Que seja tudo festa.<br />
Riam. Por favor.<br />
Não lamentem.<br />
Com toda certeza eu estarei rindo dos que chorarem.<br />
Meus livros podem dar.<br />
Meus discos também.<br />
Não guardem nada físico.<br />
Se quiserem guardem lembranças.<br />
Que com o tempo serão apagadas.<br />
E eu serei esquecido.<br />
É isso que desejo.<br />
Não me criem um lugar de culto.<br />
Queimem-me.<br />
E o pó lancem ao mar.<br />
Quero me espalhar com o vento.<br />
Me misturar com as águas.<br />
E aos que amei bastará saber que uma brisa que lhes tocarem a face ou uma gota de chuva que lhes caírem na fronte terão uma milésima parte de mim.<br />
Estarei mais uma vez lhes dizendo que amei.<br />
Que muito amei.<br />
<br />
<br />
<br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-1567703100542064602019-07-05T10:02:00.000-07:002019-07-05T10:02:09.396-07:00LentamentePorque me falta o amor vou morrendo lentamente.<br />
Porque não sei viver sem tê-lo.<br />
Porque me fogem entre os dedos as forças vou minguando.<br />
Porque um dia eu pensei que tudo seria diferente hoje me dói.<br />
Por que tantos amores passaram?<br />
Porque como as estrelas se apagam um dia eu também apagarei.<br />
Porque falta o amor.<br />
São tantos porquês e nenhuma resposta.<br />
Ou porque são muitas resposta que eu não aceito.<br />
Me falta o amor por quê?Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-67691172043414162922019-06-21T13:18:00.000-07:002019-06-21T13:18:53.692-07:00CaisAndei mundos, longos caminhos em busca de algo.<br />
Em busca de alguém que me preenchesse o vazio.<br />
Voltei ao lugar de origem.<br />
Voltei como saíra outrora: vazio.<br />
Todos os corpos por onde passei ficaram para trás.<br />
Eu sempre fui passagem.<br />
Travessia para passantes.<br />
Meu corpo sempre foi caminho.<br />
Nunca porto.<br />
Atracar em meu cais nunca puderam ou apenas não quiseram.<br />
Ancorar nas águas profundas da minha alma ninguém tentou.<br />
Sempre passagem, sempre caminho.<br />
Marinheiros vadios que passearam por meu corpo preferiram aportar noutros corpos.<br />
E eu fiquei, recebendo as pancadas do mar.<br />
Vazio.Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-74965660187395528572019-06-16T19:54:00.000-07:002019-06-16T19:55:40.652-07:00Pouco importaPouco importa o que virá.<br />
Onde esse caminho vai dar?<br />
Quando chegaremos a algum destino?<br />
Pouco importa o futuro, amanhã já é futuro.<br />
E tudo é incerto.<br />
Eu quero o agora.<br />
Quero-te neste instante.<br />
Em que minha língua percorre toda a extensão do teu corpo.<br />
A provocar-te arrepios e prazer.<br />
Estes momentos em que nossos corpos se enroscam.<br />
E quando cansado tu adormeces ao meu lado.<br />
Tua respiração fica mais profunda e te entregas ao sono.<br />
Enquanto eu vigio teu corpo adormecido e nu.<br />
Isto é o que vai ficar.<br />
Está aí o que importa.<br />
Reside nestes momentos irrepetíveis o que é importante.<br />
O resto é firula.<br />
Não quero enfeites, badulaques.<br />
Quero-te cru, osso.<br />
Peles, carnes, humores, sangue e suor.<br />
Assim já me basta.<br />
<br />
<br />
<br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-28236724285135217492019-03-08T19:43:00.001-08:002019-03-08T19:53:06.651-08:00BreveOnde reside a ternura?<br />
No teu leve sorriso.<br />
Onde te guardarei?<br />
Nas memórias dos doces carinhos.<br />
Em que parte de mim ficarás?<br />
No meu todo.<br />
Onde seremos dois novamente?<br />
Espero que em breve.<br />
De uma breve piscadela aos mais singelos toques de mãos vivemos pequenos instantes, fotogramas, de uma rápida e doce sintonia.<br />
Ao fundo a Voz, aquela que nos leva da lama ao céu.<br />
Sinto ainda teus dedos entrelaçados aos meus, com a brisa do mar a nos tocar levemente as cabeças de raros fios.<br />
Poucas palavras.<br />
Para quê tanta verborragia se nossos olhos diziam mais do que as palavras pudessem alcançar.<br />
Te guardo em mim como uma linda lembrança de fim de verão.<br />
Quero também ser para ti uma boa memória.<br />
Um pequeno confete que sobreviveu ao carnaval.<br />
E isto bastará.<br />
Me saber parte de tuas lembranças.<br />
De nomes, iguais, de gostos parecidos. Me guarda. Pois eu já te guardo.<br />
Até.Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-61009367400193636052019-02-17T17:47:00.000-08:002019-02-17T18:17:55.552-08:00O silêncio, a solidão, a morte.A solidão tem um cheiro forte.<br />
Um gosto de não saber.<br />
A solidão pede silêncio.<br />
A solidão é o silêncio.<br />
Há dentro de mim uma euforia.<br />
Um corre-corre que não cessa.<br />
Mas o silêncio está aqui.<br />
Penetra-me as carnes.<br />
Enrijece-me as partes.<br />
O silêncio, que é a solidão, paralisa-me.<br />
O seu cheiro entra pelas narinas de forma sutil.<br />
E quando vejo-me já não sou mais eu.<br />
O meu corpo já não é o meu.<br />
Envelheci. Entristeci.<br />
Entretanto há ainda uma confusão dentro de mim.<br />
Que é a mesma, que será sempre a mesma.<br />
Um barulho ensurdecedor que me acompanha por toda a vida.<br />
Fora não. Fora reinam todas as tristezas que colecionei pelo caminho.<br />
Todas as infindáveis mágoas que feriram-me a derme.<br />
O cheiro é como o cheiro do éter que se espalha pelo ar fazendo-o evaporar.<br />
Fazendo evaporar em mim o que resta de felicidade e de brilho no olhar.<br />
Centelhas de amores que um dia cultivei já estão se apagando.<br />
Estão morrendo.<br />
Enfraquecendo como meus músculos.<br />
Apodrecendo como minha cabeça.<br />
Estão morrendo. Como eu morro um pouco a cada dia.<br />
<br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-31470596160035834222018-12-18T18:48:00.000-08:002018-12-19T16:38:11.876-08:00ApodrecimentoCronos, fazei chegar o tempo do meu apodrecimento.<br />
A ordem natural das coisas deve seguir.<br />
Brotar, desenvolver, amadurecer...<br />
Apodrecer.<br />
Átropos, cortai-me o fio tecido por tuas irmãs.<br />
Entegue-me a Tânatos.<br />
Já pouco careço de viver por aqui.<br />
Que me chegam as chagas que carrego há anos neste desterro.<br />
Meus pés cansados já não têm firmeza.<br />
O corpo arqueia, fraqueja.<br />
Não quero, não quero.<br />
Hermes me guiará no caminho final.<br />
E lá no Hades encontrarei o que me estará destinado.<br />
<br />
O último reino que habitarei.<br />
<br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-64068703088296758122018-12-04T18:08:00.000-08:002018-12-04T18:08:47.891-08:00À beira-marMeus olhos quase não acreditaram.<br />
Quando já não esperava te rever surges no espelho retrovisor.<br />
Um momento de grata surpresa.<br />
Uma alegria me invade.<br />
Meus braços são pequenos para os abraços que guardei por tanto tempo.<br />
Meus lábios não comportam tantos beijos.<br />
Seu sorriso é como um raio do sol de seu lugar.<br />
Todos os carinhos são poucos para demonstrar minha felicidade.<br />
Um reencontro à beira-mar.<br />
A brisa do Atlântico nos envolve, o mar e o céu cheio de estrelas são testemunhas.<br />
Sim, ter-te novamente junto a mim só confirma:<br />
Você está em mim.<br />
Sua mão na minha mão.<br />
Nossos calores unidos.<br />
Meu coração pulsava ritmado com a arrebentação.<br />
Tudo era lindo e real.<br />
Nossos afetos existem.<br />
Energias que irradiam.<br />
Um momento que guardaremos com docura.<br />
Confirmações de que tudo vale a pena.<br />
Seu cheiro, seu corpo, são iguais à primeira vez.<br />
Te beijo.<br />
Sigamos, inteiros.<br />
Sabendo que cada um leva em si uma parte do outro.<br />
Até.<br />
<br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-82001928929206746642018-09-10T20:25:00.002-07:002018-09-10T20:29:50.479-07:00O sonho de ÍcaroAsas.<br />
O que desejo ter para ir ver-te.<br />
O sonho de possuí-las para perto de ti estar.<br />
Que sejam feitas de cera e penas.<br />
Quero tê-las.<br />
Para junto a ti chegar.<br />
Asas que me levarão até o sol que és para mim.<br />
Asas para voar sobre o mar e enxegar-te próximo.<br />
Que teu calor não as derreta.<br />
Que tuas águas não as façam mais pesadas.<br />
Asas leves e ágeis.<br />
Para que rapidamente toda distância que nos separa suma.<br />
Vôo ate onde me esperas.<br />
Vou até os teus braços que ansiosamente me abraçarão.<br />
E daí em diante já não precisarei delas.<br />
Nao haverá mais em mim o desejo mitológico de possuir asas.<br />
Serei da terra, raiz fincada em ti.<br />
Já não sonharei contigo, com teus beijos.<br />
Tu estarás junto de mim, teus olhos me olharão com milímetros a separá-los.<br />
Teus lábios e os meus estarão colados.<br />
Em longos e eternos beijos nos consumiremos.<br />
E voar já não será mais necessário.<br />
Pois tudo que preciso está em ti.<br />
<br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-72899174228127054942018-08-12T12:46:00.000-07:002018-08-13T10:17:23.853-07:00Paixão de ser tão<br />
<div style="text-align: right;">
a Í.A., minha paixão de ser(tão).</div>
<br />
Meu peito estará sempre pronto para receber tua cabeça.<br />
Deita-te em meu colo e absorve o meu calor que se funde com o teu.<br />
Calores que se misturam com o clima de teu lugar.<br />
Minhas orelhas estarão sempre prontas para receber teus lábios a acariciá-las.<br />
Meu pescoço quente desejará eternamente tuas mordidas.<br />
Meus braços sempre comportarão teus abraços.<br />
Meus olhos sempre te verão com alegria.<br />
Teu sorriso sempre me afagará o peito.<br />
Nossos corpos juntos emanarão o calor deste lugar.<br />
Lindas lembranças de momentos doces e risonhos.<br />
Mil carícias que trocamos, beijos que sentimos.<br />
Estarás sempre marcado em minha pele.<br />
Tu em mim, como marca de uma rápida paixão de final de inverno no sertão.<br />
Ser tão, ser tanto. Seremos.<br />
Serenos.<br />
Tua mão em minha mão.Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-75020705316824868272018-08-12T07:29:00.001-07:002018-08-12T07:34:54.725-07:00FulgazDois átomos se encontram.<br />
Rapidamente estas duas matérias distintas se fundem em um único corpo.<br />
Por milésimos de segundos são como uma grande explosão cósmica.<br />
Dois extremos que se unem em uma rapidez surpreendente.<br />
Coisas de energia que apenas a Física explicaria.<br />
Separar estes átomos é difícil, é doloroso.<br />
Quando haverá no Universo outro pequeno momento em que estarão reunidos outra vez?<br />
Dois corpos diferentes que viram um só.<br />
Lavar o corpo é tirar-te de mim.<br />
Partir é deixar uma fração de mim aqui.<br />
É levar em mim um pedaço teu.<br />
Mas os caminhos devem se afastar.<br />
E pacientemente devemos esperar outro momento fulgaz de reunião atômica.<br />
<br />
<br />Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2360287896567703944.post-75802203128808278482018-08-09T05:48:00.000-07:002018-08-09T05:48:10.242-07:00SaudadeA palavra que aperta.<br />
Hoje acordei e pensei em você.<br />
Ouvi uma canção do Caetano e lembrei de você.<br />
Um perfume me passou e era o seu.<br />
Seus cabelos que exalavam um cheiro bom me fazem falta.<br />
O seu corpo quente junto ao meu, é hoje apenas uma lembrança. [Não mais encontrei outro corpo que se fundisse tao bem ao meu como o seu.]<br />
Minha cabeça no seu peito já não pesa mais.<br />
Seus pelos enroscados junto aos meus ficaram para trás.<br />
Meus olhos fitarem os seus, de perto, já não podem.<br />
Passar horas desenhando seu corpo nu com meus dedos que buscavam guardar no tato os contornos de sua figura é coisa do passado.<br />
Você meio desconcertado me perguntando o que era que eu olhava quando parava e ficava apenas admirando parado a sua figura desnuda sobre a cama de lençóis brancos.<br />
As imagens de sobrepõem aumentando o aperto dentro de mim.<br />
É tudo saudade.<br />
O que foi, o que não foi, o que poderia ter sido.<br />
Saudade. Saudade.Rafael Almeida Pereira do Regohttp://www.blogger.com/profile/05270971461335694204noreply@blogger.com0