diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sem me perceber, parei.
Pensei na efemeridade do tempo.
Na sua implacabilidade.
Em sua crueldade.
Como acaba com os corpos.
Desfaz a beleza e jovialidade.
Mas não destrói a alegria.
Apesar de levar nossas pessoas.
Vamos relocando as pessoas.
Dando novos postos na escala de querer.
E assim seguimos.
As luzes bruxuleam mais com o tempo.
Tornam-se mais fracas.
Assim como as vidas, vão perdendo força.
Até o extinguir total.
E terminar tudo.
Sem ponto final.
Quem sabe reticências.
Para um dia tudo recomeçar.
Ressurgir de onde menos se espera.
De forma inesperada e assustadora.
Quando todos pensarem que é fim.
É pausa.
Apenas isso, só isso, nada mais que isso.
E o tempo não parou, nem um segundo.
Estou minutos mais velho do que quando comecei a escrever.
Ficarei muito mais velho cada vez que estas linhas forem lidas.
Leiam-nas, leiam-nas sempre, direto.
Para que meu tempo se passe mais depressa.
E tudo se finde.
Assim.

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