diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

sábado, 20 de novembro de 2010

Perfume do vento.

Quando o vento me traz teu perfume.
Eu me pego lembrando de ti.
Relembro os tempos idos, quando vivíamos.
Eu não sei onde o vento busca teu cheiro.
Eu apenas o sinto.
Impregnando todo os cantos da minha alma.
E sinto saudade.
Dos teus olhos, de teu sorriso.
A voz doce, o teu corpo.
Que nunca me pertenceu.
Lembro e tenho saudade.
Apenas.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Eu te amo

Eu não quero entrar no meu próprio coração.
Dele já conheço todos os caminhos.
Quero entrar no teu.
Me deixa conhecer teu ser.
Tua alma, teu corpo.
Me permite entrar em ti.
Revela para mim teus mais escondidos medos.
Tuas angustias.
Deixa eu pegar na tua mão, te ajudar a caminhar.
Quatro pés andam melhor que dois.
Me deixa te amar.
Te abre para mim.
Nossos corpos juntos.
Nossas almas, uma só.
Eu grito. E, por mais que não me queiras ouvir eu insistirei.
Dizendo sempre para mim, para ti, para todos:
Eu te amo.
Não me negues este prazer.
Eu preciso deste sentimento para viver.
Não me deixes vegetando.
Quero ter-te.
Minha, só minha.
Hoje, sempre, amanhã.
Minha alma te pertence.
Está consumado.
Meu corpo se não for teu perecerá.
Eu te quero, anseio por ti, como nunca ansiei por nada nem por ninguém.
Eu te amo.
E isto me basta.
É imenso, é completo, é meu estado.
Teu calor será meu sol.
Teu corpo minha estrada.
Teus olhos meu espelho.
Tua alma a minha.
Tua boca meu desejo.
Silenciarei minha vida perante a tua.
Viverei para ti. Agora e sempre.
Eu te amo

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Meu Adeus.

Houve um desejo. Porém, ele se acabou. Na vida tudo tem um fim. Amor não cultivado fenece muito rápido. Como a flor mais delicada que não é regada. Tu não soubeste, ou não quiseste, me nutrir. E, hoje, tudo se findou. Agora, sim, tenho mágoa. Lá na frente, talvez, não tenha mais. Isso só o tempo é quem poderá dizer. Cansei de amar sozinho, de querer só. Até o maior trovador cansa de bradar aos ventos os seus cantos. Agora me calo e sigo meu caminho, mais uma vez destruído e solitário, até onde a vida queira. Até onde os meus pés puderem e conseguirem me levar. Sem rumo, caminhando ao sabor dos ventos. Debaixo de sol e chuva. Me vou. Adeus. Até breve, não. Adeus.

domingo, 14 de novembro de 2010

Ilusão...

Sonha com um mundo que jamais irá encontrar.
Imagina uma gente que não existirá.
Acredita num amor que nunca terás.
Vive num mundo teu, particular.
Dentro de uma bolha de sabão.
Que a qualquer momento estourará.
E tu cairás de cabeça na realidade.
Onde tudo é monocromático e infeliz.
Teus sonhos, anseios e desejos não tem vez.
Morrerás à míngua, esperando tudo acontecer.
Acorda.
O mundo é duro e cruel.
Seco e violento.
Tudo que imaginas não passa de mera ilusão.
Devaneios de uma mente limpa.
De um coração puro e inocente.
Que ainda acredita na vida.
Se perde em esperanças vãs.
O verde.
Eu observo tudo calado.
Pois já sei onde tudo vai dar.
Em nada, lugar algum.
Talvez o poço.
No fundo.
O fim.
Escuro e sombrio.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tatuagem.

Eu quero te guardar em mim.
Para mim.
Fica assim, parada.
Quero te fotografar com a minha pele.
Marcar cada pedaço teu.
Para jamais te esquecer.
Tu em mim.
Silenciosa e calma.
Teu corpo inscrito no meu.
O meu amor só teu.
Teus olhos em frente aos meus.
Nós dois.
Sem o mundo.
Silêncio profundo de amar.
Calado em nós o nosso segredo.
Eu e você.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Do ofício.

Para que escrever?
Se quem deveria ler não lê.
Ou lê e se esquece que leu.
Finge que não leu.
Por que não me dizes?
Eu não tenho mais vontade de escrever.
O sentido do que escrevo só é completo quando tu lês.
Se não o fazes por que me interessa continuar a escrever?
Não.
Não o farei mais.
Até o dia em que me digas que me amas.
E se isso não acontecer.
Jamais porei letras no papel.
Folha em branco.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O que deveria ser e não será.

A quem interessar possa:

Agora, agora não é.
Talvez quando for não seja mais.
O tempo de tempo muda.
Hoje não é amanhã.
O amanhã poderá não vir.
E, assim não seremos mais.
Eu, eu. Você, você.
Seremos, talvez, eu, você e você, eu.
Papéis invertidos.
O que será?
Diferentes.
Não é.
O que é certo?
O que não é confuso?
Viver nunca foi fácil.
Não se deve fechar portas para o amor.
O amor de hoje pode não ser amanhã.
E quem poderá julgar?
Tudo na vida é findável.
Perene.
Amor não regado fenece cedo.
É, enfim, esquecido.
Se acaba.
Morre.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cenas de um dia triste e de saudade.

"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu."
(Chico Buarque)


Hoje, um dia quente, parado, triste, vazio. Um feriado morto. Não um feriado DOS MORTOS. Acorda-se muitas vezes durante a noite. De manhã também. Enfim, levanta-se. É preciso viver. Por mais doído e complicado que seja. O dia é realmente quente. A dor de cabeça é enorme, reflexo da noite alcoólica. O tempo é lento, lentíssimo. Há uma certa ansiedade no dia de hoje, onde nada acontece. Onde só existe desencontro. Inquietude que permanece o dia inteiro. Uma saudade que me consome. Há dias em que não se deve ouvir certas músicas. E por falta de atenção ou mesmo esquecimento ouve-se. Músicas que terminam de estilhaçar sua alma, já inteiramente alquebrada. E lá estava Maria, cantando canções que há muito eu não ouvia. E que hoje me tocam muito mais que em outros momentos. Rasgam a pele, furam os músculos até perfurarem sem piedade a minha alma. E o que me resta, além de aguentar silenciosamente esse flagelo auditivo e fumar desregradamente. Esperando que os minutos que se arrastam infinitamente terminem e este feriado fique esquecido no passado. Até amanhã, outro dia, um dia cheio, um dia onde minha esperança de te ver é renovada.

P.S: Do DVD que me perfurou neste 02 de novembro: