diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eu, assim.

Que grande movimento acompanhei?
Quais motivos me levaram à tal?
Eu que sempre me entreguei.
Levianamente.
Despudor é meu lema.
Arriscar sempre e tanto, quanto mais.
Melhor, viver, divir que somar.
E eu sonho, ontem, hoje...
Sempre!
E o medo, medo de quê?
Nunca me apavora.
O pavor passa ao largo na vida minha.
E eu sorrio.
Durmo tranqüilamente.
Sambo em dias alegres.
Canto nos dias tristes, que são poucos.
Para minhas energiar reavivar.
Que músicas tão belas compostas tempos atrás.
Subo e desço ladeiras levando meu amor.
Amores, nunca fui simples.
Sempre composto, vários.
Vidas múltiplas dentro de mim.
Já fui um pouco de tudo, do que der vontade me visto.
Vivo essas e muitas outras pessoas.
Campos amplos corro, mas, não tropeço.
Minha vida é assim.
Tão simples e ritmada que cabe numa pauta.
Numa lauda.
Entre arranjos de sete mínimas notas.
Faço comporem valsas dolentes, frevos rasgados,
sambas-canções, muitas bossas.
Não sou adepto de um único tempo.
Vou à frente, volto atrás.
Não respeito regras.
Sou errante e nunca errado.
Cavaleiro do pós-futuro.
No fundo dos olhos meus transporto mundos.
Vejo gente de toda espécie.
E sou simples.

domingo, 21 de setembro de 2008

Não mais como antes

Eu que nunca quis ser normal.
Nunca o consegui, eis a verdade.
Se é que verdade existe.
Eu que sinto tanto, sempre, muito.
Nunca quis impressionar, apenas vivia.
E não sonhava ser tão ridículo.
Quão imbecil fui?
A vida passou.
O tempo criou asas.
Eu já nem sei se existo.
Fico triste, mas não choro.
Já não sei nem chorar.
Me pergunto até se ainda sinto.
Sentir o que?
Só sinto saudades, de pessoas, de momentos.
De sentimentos passados, se vidas antigas.
Eu não quero mais viver.
A vida não vale, as pessoas são tão poucas,
as que valem.
E querer não é mais poder.
Poder é estar em cima.
E ninguém perdoa o diferente.
Os excêntricos são ruins...
Eu não quero mais escrever.
As palavras secaram em mim.
E eu ainda tenho tanto para dizer.
Contar de amores passados, de coisas sofridas.
Mas não dá.
O tempo acabou.