diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

O amor passou...

Nunca conheci de perto o amor.
E é este o meu maior desgosto na vida.
O homem que vive sem conhecer o amor é como se não vivesse.
Uns me disseram que o amor é isto, é aquilo, é outra coisa, é alguma coisa.
Alguns me disseram que o amor dói, que machuca, que fere.
Outros ainda me disseram que o amor é grande, que é sublime, que é feliz.
Os que amaram sentiram-se completos.
Mesmo que um dia o amor acabe.
O amor, para mim, passou ao largo.
Sempre distante, sempre intangível, intocável.
De tão longe que sempre me foi passei a desacreditar.
E tudo isso levou um tempo.
Levou o tempo que foi necessário para que eu entendesse.
Que na vida, na minha vida, o amor passou.
Passou sem nunca chegar perto.
Talvez para não me fazer sofrer.
Quem sabe para não me arrebentar o peito.
Dilacerar a alma.
Mas mesmo assim, eu sofri, eu arrebentei o peito e tive a alma dilacerada.
Pela falta.
Falta do amor que jamais chegou.