diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quieto, coração!

Aquieta em meu peito. Silencie, pois não é momento de correres numa montanha-russa. O momento chegará, em que poderás me apertar no peito. Que me farás a garganta secar. O corpo gelar, com o sangue nos pés. Uma bateria de escola de samba virarás. Mas, agora não. Aquieta-te e silencioso permanece. Estarei pronto, um dia para que possas me assustar. Querer parar e acelerar ritmicamente. E eu saberei te seguir, em teus movimentos involuntários. Um dia estarei pronto para o amor. O teu combustível. Até lá quieto, coração!

sábado, 1 de outubro de 2011

O vazio.

Uma noite vazia. De alma vazia. Peito vazio. Coração miudinho. Uma pedra de gelo no fundo de um copo vazio. O meu olhar perdido no horizontem sem fim. E aquela voz que me arrebata e dói fundo na alma. E eu ainda não tenho respostas para antigas perguntas. Uma velha canção me vem à mente. Corro para escutá-la num disco esquecido no fundo de uma gaveta cheia de recordações. Aquelas palavras arranjadas como um punhal afiado que me rasga o peito e expõe meu coração tão vazio. O amor há tempos me fugiu, junto levou o rubor das minhas faces e o calor do meu corpo. Sou um silêncio que ecoa sentimentos de outras horas tão quentes e suadas. Era a felicidade que me escorria pelos dedos e me cansava. Hoje minhas mãos são frias e sem vida, vazias. Escuto incessantemente a mesma canção. Dilacerando cada vez mais meu coração. A voz é forte e preenche todo o vazio, ressoa dentro de mim. O meu vazio.

*"Se Queres Saber" na voz de Nana Caymmi.