diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Destino.

Tudo tem
sua hora,
seu momento,
seu lugar.
Deixe os astros trabalharem.
O destino comandar.
Espere.
Seja paciente.
E algo virá.
Só.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Choro.

Hoje eu me perguntei:
Por quê não choro mais?
E fiquei sem resposta.
Talvez tenha desaprendido.
Ou endureci?
Quem sabe perdi a sensibilidade,
Apaguei os sentimentos?
Sou vazio?
Tive vontade de chorar.
Mas não consegui.
Invejei quem ainda sabe.
Eu não me dava conta disto.
Meu peito apertou.
E nada.
Refleti mais um pouco.
Peguei papel e caneta.
Comecei a escrever.
E agora, quando termino.
Minhas lágrimas mancham a tinta no papel.

domingo, 16 de agosto de 2009

Amplidão.

Cada passo na amplidão é sem rumo.
O tempo passa.
O vazio me ocupa.
Silêncio ensurdecedor.
Eco que me responde.
Segue o teu destino.
Vai, ao encontro da vida.
Vai, vai direto.
Não para.
O futuro te espera.
Sempre só.
Caminhando suave.
Simples e nobre.
Deixa a dor nas estradas.
Junto ao pó.
Bate em retirada.
Cruza os ventos.
Os mares.
As terras distantes.
E chega.
Afinal.
Em algum lugar.
Sem pensar.
Sem pesar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Noites

Há noites em que não sonho.
Acordo cansado.
Há noites em que não durmo.
Não acordo.
Há noites em que durmo tranquilamente.
E sonho.
Algumas vezes me lembro.
De flashes.
Outras vezes me esqueço.
Propositalmente.
Prefiro apagar.
Nunca mais tive pesadelos.
Amém.
Queria poder dormir todas as noites.
Às vezes me enfado.
E não quero dormir.
Não respondo aos comandos.
Apenas deito.
Limpo a mente.
E já não estou em mim.
Só retorno quando acordo.
Há vezes que nem acordo.
Passo direto.
E vou dormindo.
Nem sempre sonhando.
Tudo escuro.

sábado, 1 de agosto de 2009

Rasgado

Eu nunca me poupei.
O meu coração também.
Quando era necessário, sofria.
Amava.
Rasgava-se.
Ainda hoje sou assim.
Despudorado.
Nunca tive medo de amar.
Esconder sentimentos.
Hoje me peguei chorando.
Não sei bem o que sentia.
Saudade, tristeza, solidão.
Eu não sei bem o que sou.
O que fiz.
Sei, tão somente, os caminhos que me trouxeram aqui.
E cheguei.
Não sei se vivo.
Mas tão íntegro e inteiro como no primeiro momento.
Fiel aos meus ideais.
Aos pensamentos que tive.
Honesto comigo mesmo.
E sempre.
E fim.
E só.