diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

sábado, 1 de abril de 2017

Morte

Desmontam-se.
A morte leva.
Viagens afastam.
E já não estão próximos os amores.
O tempo tudo leva.
Tudo apaga.
Os colos não acalentam mais.
Corpos que não se trançam mais.
Mãos não acariciam.
Silêncios que falavam muito não existem.
O barulho do mundo cobriu tudo.
Tudo deixou de existir.
A mangueira morreu.
Eu morro um pouco a cada dia.
Canto na esperança de que o vento leve até teus ouvidos o som de minha voz.
E é só o que posso fazer hoje.
Saudades que não cabem em mim.
Poeira que vou deixando nos caminhos.
Nos passos firmes que dou em direção ao nada que é o fim de tudo.