diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Imagens

Começou remexendo em fotos antigas. Suspirou, reviveu emoções e teve saudades. Parecia que vivia tudo pela primeira vez. Era engraçado se ver tão diferente e tão igual, passado tanto tempo. Sentiu aquela sensação de ver a vida passar como um filme. Teve medo. Estava perto do fim? Do fim de quê? Será que a morte era realmente o fim de tudo? Se fez mil perguntas e não encontrou resposta alguma. A vontade de revirar as fotos lhe consumia. Encontrou imagens que estavam se esmaecendo na sua memória, agora podiam ser reavivadas. Correu toda a vida do hoje ao ponto mais remoto que sua mente alcançou. Sorriu de leve em alguns momentos. Gargalhou diante de fotografias em que se via ridículo. O tempo. Quando menos esperava, envolvido em recordações, a pergunta sempre lhe voltava: Estava chegando ao fim? Mas ao virar as páginas amarelas do velho álbum ela se perdia. Enfim, depois de olhar todas as fotografias guardou-as na velha caixa de madeira. Colocou-a sobre o empoeirado guarda-roupas e tentou se esquecer. É. Era chegado o fim. Silêncio.