diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quinta-feira, 22 de março de 2012

Drama!

Eu gosto dos dramas.
De peitos rasgados.
Corações pulsantes em vermelho vivo.
Eu gosto das almas feridas em grandes dores contorcidas.
Das paixões dilacerantes e arrebatadoras.
Arroubos súbitos.
Dos choros entre soluços.
Arrependimentos e iras passageiros.
Idas e vidas, quentes recepções e odiosas expulsões.
Eu sou da tragédia. Medeia, Iphigênia...
Sofrimento é meu eterno companheiro.
Eu sou assim.
Grandes emoções que me sacodem internamente.
Eu gosto de ser assim.
Os amores calmos e tranquilos não me interessam.
Eu quero gritar de dor, de peito aberto e vísceras à mostra.
Como na velha canção de Celestino...
Um coração que cai em meio a estrada.
Palpita até o último instante pelo amor caloroso.
Eu gosto de amores como os grandes poetas.
Que sofrem por seus amores nunca correspondidos.
Este é o sentido do amar.
Rasgar o corpo em dor. Chorar lágrimas de saudade.
Viver intensamente momentos vãos que um dia serão relíquias.
Amar, sofrer, doer, perder, viver.
Amor com dor.
E no ato final saberemos que valeu viver e chorar tanto.


Ouvir: Fósforo Queimado (Paulo Menezes, Milton Legey e Roberto Lamego) in: "Maria Bethânia Ao Vivo" - 1970, faixa 09, Odeon/EMI

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