diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Medo novo.

Você é jovem! Não venha querer me ensinar como se faz!
Você nem sabe o que é o amor! Nunca viveu. Você não sabe!
Eu já vivi muito. Sofri outras, tantas, vezes.
Não, você não imagina. Você não tem a mínima ideia do que passei.
Eu, só eu sei.
Quantas vezes eu tive que me reconstruir.
Renascer. Feito em mil pedaços.
Colar-me. Fazer-me inteiro novamente.
Você nem existia ainda.
E eu já amava. Sofria, sim, muito mais.
Medo?
Não, antes nunca tive.
Sempre encarei tudo de peito aberto.
Das tapas não tinha receio.
Eu nunca tive medo antes.
E diante de ti, tão jovem, eu tremo.
Tu não sabes, tu não sabias, ou fingia não saber.
Pois hoje eu te digo.
Te amo.
E não quero que tenhas pena de mim.
Nem que me venhas socorrer.
Morrerei como das outras vezes.
E um dia me refarei.
Está escrito.

Nenhum comentário: