- Se eu ainda acredito no amor? E por que não acreditaria? Se é ele que me alimenta a alma e me faz pulsar? Quando eu deixar de acreditar no amor podem me enterrar! Estarei morto e frio. Coração de pedra. Enquanto sangue correr dentro de minhas veias eu estarei vivo e amando. Que me importa se um pouco deste mesmo sangue ficará pela estrada? Se o amor que tanto bem me faz também me ferirá? Me cortará ao meio algumas vezes, talvez até muitas vezes. Mas, é isso que sempre quis. Sofrer por amor. Não, por favor, eu não vou dizer que quero ser feliz eternamente, isso deve ser uma chatice. Um rotina de 'bom dia', café na cama, sorrisos, 'até logo', almoços sem fim, 'cheguei amor', jantar, 'boa noite, meu amor'. Essa mediocridade eu não me permitirei. Eu quero sofrer como os grandes poetas, estraçalhar as vísceras como nas tragédias gregas. Eu quero AMOR, não amorzinho. Não me deem pouco, eu quero muito, eu quero mais, eu quero alma inteira, corpo quente e vivo. Eu quero sexo gritado, roupas rasgadas, calor emanado de corpos suados. Eu quero prazer, alegria e dor. Eu quero continuar amando com força e lágrimas. Não quero mãos dadas e passeios no parque. Isto é pouco e pequeno. Amor é maior. E eu quero esse amor.
Dizia de si para si, talvez, para ainda se sentir vivo e se acreditar com um propósito na vida. Era vazio e sem ninguém. Mas, sua altivez e arrogância ainda eram as mesmas de outrora.
diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa
quarta-feira, 15 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Espelho Velho
Quando quis frear o tempo não mais conseguiu.
Olhou-se num espelho velho, manchado.
Conseguiu se ver por trás das marcas do vidro.
Já não se reconhecia.
A pele encarquilhada e transparecendo todo o cansaço de uma vida.
Os cabelos prateados e rareados.
Uma fronte severa. Boca enrugada e silenciosa.
Tocou levemente as faces com as mãos outrora quente e vívidas.
Dedos frios que percorreram todos os sulcos da pele.
Não se sabia tão velho e triste.
Fixou-se nos olhos castanhos...
E ali se reconheceu.
Viu outra vez o menino alegre e feliz. A criança que brincou descalça e comeu fruta do pé.
A carcaça envelhecida não apagou aquele brilho de menino.
Que pelas janelas da alma irradiava vida.
Sentiu-se vivo.
Jogou o lençol empoeirado sobre o espelho estragado e se prometeu esquecê-lo.
Guardaria sua imagem de criança até o fim.
Olhou-se num espelho velho, manchado.
Conseguiu se ver por trás das marcas do vidro.
Já não se reconhecia.
A pele encarquilhada e transparecendo todo o cansaço de uma vida.
Os cabelos prateados e rareados.
Uma fronte severa. Boca enrugada e silenciosa.
Tocou levemente as faces com as mãos outrora quente e vívidas.
Dedos frios que percorreram todos os sulcos da pele.
Não se sabia tão velho e triste.
Fixou-se nos olhos castanhos...
E ali se reconheceu.
Viu outra vez o menino alegre e feliz. A criança que brincou descalça e comeu fruta do pé.
A carcaça envelhecida não apagou aquele brilho de menino.
Que pelas janelas da alma irradiava vida.
Sentiu-se vivo.
Jogou o lençol empoeirado sobre o espelho estragado e se prometeu esquecê-lo.
Guardaria sua imagem de criança até o fim.
Assinar:
Postagens (Atom)