diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

De tanto amor.

Queria te mandar flores. Ainda se usa?
Tenho vontade de te dizer o que sinto.
E tenho medo.
Penso em te contar meus segredos.
Mas não sei se devo.
Queria que minhas cartas fossem lidas por você.
Mas cartas já estão fora de moda.
E eu nem sei o seu endereço. Apenas o eletrônico.
Não se tem mais o romantismo do tempo de nossos ídolos baianos.
Aquela alegria de esperar o envelope que passou nas mãos amadas.
Tudo é virtual. SMS. E-mail.
O teu sorriso, tímido, não. Ele é real.
Eu queria te dizer...
Aquele pequeno instante em que mirei atrás e te vi chamando meu nome foi de intensa festa em mim.
E tenho certeza que você nem se deu conta disso.
Sorri e fiquei contente.
Mas tudo é efêmero, como a arte que escolhi pra viver.
Tudo tem um pano no fim.
Sob aplausos ou não.
Com final feliz ou trágico. Não sei.
Mas o ato ainda está pela metade, não há pra que pensar em final.
Vivamos.
Mas vivamos juntos.
Como amantes antigos, ouvindo num velho vinil aquela canção que diz o que eu tanto quero te dizer:
Baby, I love you.


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