diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Vermelho sangue

Ao som de "Maldição" - Drama - 1972 - Maria Bethânia


Essa mania de querer ser profundo ainda será a causa de minha extinção da face da terra.
O vício de tentar viver as histórias das letras de canções.
O sambas-doloridos-canção, dores de cotovelos alheias e minhas.
Entrelaçando meus temores e solidão às velhas músicas de feridas abertas.
De sangue escorrendo nos peitos de amantes.
Quase esquecida cantiga de Celestino.
O coração palpitante no chão empoeirado.
E não consegui mudar.
A intensidade trágica grega que me galopa nas veias.
Injetando seu veneno corrosivo em minh'alma.
Sangue quente.
Dores que expurgo como hemoptise nos versos escritos no papel.
Tinta vermelha borrando a superfície branca com os meus sentimentos.

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