Canções são trazidas pelos ventos dos sete lados do mundo.
Há versos que cortam.
Ferem a alma arredia e machucam o peito.
Há versos que embalam o sono e há os que velam os sonhos.
Em mim haverá sempre os que ecoarão por todo o tempo de mim, do meu ser.
Esses versos.
Alguns versos.
Uns tolos e simples.
Outros doces, porém profundos.
As canções que me fazem viajar para além de mim.
Para onde eu posso ser o que sonho e não o que sou.
Mas na vida, a real, eu também posso ser o que sonho. Não posso?
Minto, sozinho, para me iludir, que sim, posso.
Mas não, não, nunca poderei ser o que sonho.
O que sonho não cabe na vida, não se põe de pé.
Acalanto meus desejos com versos de outros.
Com outros versos que me dizem, que me gritam e silenciam os elementos.
Trazidos por uma voz, por vozes, por canções.
São bálsamos cheirosos que percorrem o meu frágil corpo terreno.
Aos poetas, minha gratidão.
Aos versos, minha alma.
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