A vida me exige uma coragem que, sinceramente, eu não sei se tenho.
O que há de verdade é que eu não desejo tê-la.
Me camuflo sob uma pele que não é real.
Carapaça, duro revestimento de uma bravia coragem.
Quando dentro é tudo mole, é tudo frouxo, é confuso, caótico.
O que a vida me exige eu não alcanço.
Freio-me ante os mínimos obstáculos postos.
Desisto. Retendo as minhas vontades.
Mas só mesmo tempo que não tenho coragem de seguir, não tenho a bravura de extinguir-me.
E vou. Como um barco à deriva. Ao sabor dos ventos e das marés.
Que ultimamente têm sido violentas.
Cruéis.
Ah, que me cheguem os tempos de calmaria.
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