Fazia um silêncio ensurdecedor.
Eu me lembrava de um número antigo de telefone.
Hoje é senha de banco.
Algo dentro de mim dizia:
"Tudo está errado."
Eu não entendia nada.
E hoje, creio, ainda não entendo, apesar da distância tempo-espacial.
Tudo era errado.
Tudo estava ao revés.
Eu me lembro perfeitamente.
De como tudo era confuso.
Embaralhava todas as memórias.
Tudo passava como paisagens a mais de 200 quilômetros por hora.
Rápido. Veloz. Indefinido.
Não como os traços de um desenho oriental.
Aqueles que são treinados por anos até que possam ser praticados com firmeza e rapidez.
Era uma velocidade atordoante.
E eu permanecia aflito.
Sem saber que no futuro era a calmaria.
Uma bolha de silêncio em meio ao caos.
Uma pasmaceira entendiante.
Resto de estrada a trilhar.
E que ao fim me depararia com "temida das gentes".
O meu conterrâneo, sábio poeta de versos afiados era quem já me avisava.
Um dia ela chega.
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