diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 27 de novembro de 2022

Caminhos Descruzados

Coloco um disco para tocar.
Escolhi uma velha canção de amor.
Gal, com sua doce voz, dá agudas notas de uma canção de Jobim.
Olho pela janela e vejo o céu repleto de estrelas.
Minha dose se acaba, preparo outra.
O piano da gravação desfia uma linda harmonia junto com cordas muito bem arranjadas.
A letra da canção fala em corações cansados.
Meu coração já está tão cansado.
Bate compasadamente fraco.
Mas a vida não é como na canção.
O meu velho coração já não vai mais encontrar outro coração cansado.
Esse novo amor não mais chegar.
Você não vem.
A mim, só me resta chorar.
Eu que tantas vezes tentei, eu que inúmeras vezes amei.
Já não haverá um novo amor.
Não mais caminhos cruzados.
Sem tempo para novas chances.
Eu fui sempre um tolo.
Acreditar no amor, amor quem ninguém pode explicar.
Saudade que não vai se apagar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Triste e lindo! A sua escrita me teletransporta para a cena.