diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 27 de novembro de 2022

Te amar demais

Que esperar da vida sem você?
O tempo é morto, a vida é fria.
Já não sei que rumos tomar.
A estrada é infinita?
Finito é tudo.
Sei que o tempo de amar já passou.
Sei também que já não serei amado.
Como nunca o fui ao longo desta triste estrada cinzenta.
Contemplei o amor alheio e tudo aqui me roeu a alma.
Alma que um dia esperançou um doce e terno beijo.
Um envolvimento quente de um abraço amoroso.
Um pequeno afago de mãos cálidas.
E o que tive?
A distância, a frieza, a indiferença.
Tão forte e lancinante como um aço frio de um punhal brilhante de prata.
E só.
Nada mais. Nada.
Busco teu corpo e já não estás aqui.
Tento recordar teu cheiro mas ele também já se evolou nou ar.
Perdeu-se no tempo. Como eu me perdi nas escolhas que fiz.
Arrependimentos, hoje, posso dizer tê-los.
Mas não podemos dar marcha à ré.
Os intantes da vida não serão nunca capturaveís.
Teu amor jamais me pertenceu.
A tua indiferença esta me foi completamente devotada.
Mas mesmo assim não te tenho rancor.
Vejo-te ainda com ternura e carinho.
Este é o meu mal, o de te amar demais.

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