diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A noite de hoje.

O mundo podia ter acabado ali.
Eu, você, abraçados.
Como eu sempre quis.
Sonhei.
Mas o meu amor é pouco para nós.
Tu não me amas.
Eu te amo, sozinho, não mais calado.
E eu pensei em tudo.
No passado, no presente.
E se haverá um futuro.
Eu não sei se seremos nós no futuro.
Ou tão somente cada um na sua.
Eu quis tanto ter-te em meus braços.
E quando eu tive dizia-mes que não me amavas.
Não me amavas como eu queria.
Mas se girar do globo tivesse parado ali estaria feliz.
E nada mais me importava naquele instante.
Teu calor se entrelaçando com o meu.
Tuas mãos nas minhas.
Minha boca murmurando declarações vãs.
Para ti.
Por ti.
E eu ali, contigo enlaçada em mim.
Quem me dera outros momentos assim.
Não, não, eu não mereço. Eu não devo.
Eu devia te odiar. Não te ver, não querer, desejar jamais.
Mas não consigo.
Tive vontade de chorar, não aconteceu.
Quis te beijar, me fiz.
Quero dormir não consigo, penso em ti, em nós.
Que nós, nóas não existimos.
Existe tu e eu, cada qual com suas vidas.
Em separado. Atravessados.
Eu atravessado no teu caminho e tu no meu.
Isso não é bom, para ninguém.
Ai, noites frias em que sonho com tua figura, tão linda.
Tão alva como o brilho da lua.
A lua que embala minha solidão.
Eu tentarei não mais te amar.
Ou não te amar mais.
Um pouco menos, talvez.
Quem sabe num futuro próximo nós nem nos vejamos mais.
O tempo se encarregará de nos distanciar?
Ou irá nos aproximar?
Paira a dúvida, tão certa como o futuro incerto do meu amor.

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