diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

terça-feira, 29 de julho de 2008

Mudo Mundo.

Que peso as palavras têm?
Por que nós as usamos?
Deveríamos nos comunicar de outra forma.
Palvras machucam, ferem.
Muito mais do que acariciam.
As frases, feitas de palavras, as palavras feitas de letras.
Não seriam mais que sinais inscritos num papel.
Se nós não lhe tivéssmos dado significados.
Aí, reside, talvez, o nosso erro.
Eu queria ser mudo.
Para não ter que usá-las.
Preferiria não saber ler, escrever.
Ser ignorante.
A ter que me deparas com facas gráficas ou orais.
Que me cravam o peito.
Me rompem a alma.
Desfazem meus sonhos.
Destroem minha vida.
A palavra é o mal da humanidade.
As línguas deveriam se aquietar.
As mãos não mais empunharem canetas, penas.
O dicionário é o chefe dessa maldade.
Queria o mundo sem silêncio.
Apenas olhos que espreitam o movimento.
Sinais corporais.
Nada de palavras.
O puro instinto agindo sobre a razão.
Nada de palavras e frases de efeito.
O mudo.

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