diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 12 de agosto de 2018

Paixão de ser tão


a Í.A., minha paixão de ser(tão).

Meu peito estará sempre pronto para receber tua cabeça.
Deita-te em meu colo e absorve o meu calor que se funde com o teu.
Calores que se misturam com o clima de teu lugar.
Minhas orelhas estarão sempre prontas para receber teus lábios a acariciá-las.
Meu pescoço quente desejará eternamente tuas mordidas.
Meus braços sempre comportarão teus abraços.
Meus olhos sempre te verão com alegria.
Teu sorriso sempre me afagará o peito.
Nossos corpos juntos emanarão o calor deste lugar.
Lindas lembranças de momentos doces e risonhos.
Mil carícias que trocamos, beijos que sentimos.
Estarás sempre marcado em minha pele.
Tu em mim, como marca de uma rápida paixão de final de inverno no sertão.
Ser tão, ser tanto. Seremos.
Serenos.
Tua mão em minha mão.

Fulgaz

Dois átomos se encontram.
Rapidamente estas duas matérias distintas se fundem em um único corpo.
Por milésimos de segundos são como uma grande explosão cósmica.
Dois extremos que se unem em uma rapidez surpreendente.
Coisas de energia que apenas a Física explicaria.
Separar estes átomos é difícil, é doloroso.
Quando haverá no Universo outro pequeno momento em que estarão reunidos outra vez?
Dois corpos diferentes que viram um só.
Lavar o corpo é tirar-te de mim.
Partir é deixar uma fração de mim aqui.
É levar em mim um pedaço teu.
Mas os caminhos devem se afastar.
E pacientemente devemos esperar outro momento fulgaz de reunião atômica.


quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Saudade

A palavra que aperta.
Hoje acordei e pensei em você.
Ouvi uma canção do Caetano e lembrei de você.
Um perfume me passou e era o seu.
Seus cabelos que exalavam um cheiro bom me fazem falta.
O seu corpo quente junto ao meu, é hoje apenas uma lembrança. [Não mais encontrei outro corpo que se fundisse tao bem ao meu como o seu.]
Minha cabeça no seu peito já não pesa mais.
Seus pelos enroscados junto aos meus ficaram para trás.
Meus olhos fitarem os seus, de perto, já não podem.
Passar horas desenhando seu corpo nu com meus dedos que buscavam guardar no tato os contornos de sua figura é coisa do passado.
Você meio desconcertado me perguntando o que era que eu olhava quando parava e ficava apenas admirando parado a sua figura desnuda sobre a cama de lençóis brancos.
As imagens de sobrepõem aumentando o aperto dentro de mim.
É tudo saudade.
O que foi, o que não foi, o que poderia ter sido.
Saudade. Saudade.