diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Imerso...

Continuo mergulhando profundamente no universo Rodriguiano...
Vamos ver o que vai resultar essa viagem.

Ah, hj indo pra festa na casa de Michelotto...






Mto triste por ter teminado o período...
Até agora passei em quase todas as cadeiras...
Hj é q vou saber a cadeira q axo q tô pendurado...
Vejamos


Boa viagem aos navegantes!
E até a próxima...





Mandado de despejo aos mandarins do mundo
Fora tu reles esnobe plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas
Charlatão da sinceridade e tu, da juba socialista, e tu qualquer outro.
Ultimatum a todos eles e a todos que sejam como eles.
Todos.
Monte de tijolos com pretensões a casaInútil luxo, megalomania triunfante
E tu Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral que nem te queria descobrir.
Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular
Que confundis tudo!
Vós anarquistas deveras sinceros
Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores para quererem deixar de trabalhar.
Sim, todos vós que representais o mundo, homens altos passai por baixo do meu desprezo
Passai, aristocratas de tanga de ouro,
Passai frouxos
Passai radicais do pouco!
Quem acredita neles?
Mandem tudo isso para casa, descascar batatas simbólicas
Fechem-me isso à chave e deitem a chave fora.
Sufoco de ter só isso a minha volta.
Deixem-me respirar!
Abram todas as janelas
Abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo.
Nenhuma ideia grande, nenhuma corrente política que soe a uma ideia grão!
E o mundo quer a inteligência nova
O mundo tem sede de que se crie
O que aí está a apodrecer a vida, quando muito, é estrume para o futuro.
O que aí está não pode durar porque não é nada.
Eu, da raça dos navegadores, afirmo que não pode durar!
Eu, da raça dos descobridores, desprezo o que seja menos que descobrir o mundo novo.
Proclamo isso bem alto, braços erguidos, fitando o Atlântico
e saudando abstratamente o infinito.

"segundo o "Ultimatum" de Álvaro de Campos (escrito em 1917)
*texto dito por Bethânia em seu último show "Dentro do Mar Tem Rio".

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