diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Lição

Quando eu era menino aprendi:
A escrever com os dedos
E amar a vida inteira.
Não sei se segui à risca a lição.
Amei dois dedos...
E escrevi a vida inteira.
O que levei da vida?
Quase nada.
Imagens plasmadas transparentemente.
Futuros hologramas não formados.
Sentimentos ainda não sentidos.
Recordações esmaecidas na tela do amor.
Eu não sei bem como cheguei aqui.
Talvez caminhando por pedaços.
Se fizesse direto me cansaria no início.
Tentei outros caminhos, voltava sempre.
O destino meu traçado estava.
Simples e puramente escrito na minha cara.
Que voz me guiou durante a minha caminhada?
Que alentos eu tive em braços alheios?
Quanta vezes parei e não quis recomeçar?
Inúmeras.
Empurrões não faltaram.
Pés que me fizessem tropeçar e cair, também.
Mas eu consegui vencer mundos.
Distintos e infinitos.
E hoje estou aqui.
Escrevendo mais uma vez.
E amando cada vez menos...

Nenhum comentário: