diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quinta-feira, 20 de março de 2008

Algo Aberto

Eu queria não estar no mundo.
Tão abertamente como estou.
Senti outro dia o cheiro de mato.
Que só a recordação traz.
E fiquei a pensar.
Quanto tempo me distancia,
Daquele tempo antigo.
Hoje estou só, sem você.
E só teu cheiro recordo.
Tua imagem se desfez.
Teus cabelos tão silenciosos.
Como se mortos estivessem.
E tu que me aquecias como ninguém.
Nossas mãos que se enredavam.
Minha boca que buscava a tua.
Tua, minha, nossa sensação.
Momentos tão íntimos.
Que eu fiz muitos saberem.
E me arrependo.
Queria me resguardar mais.
Minha natureza é muito desvelada.
E eu sofro. Tento mudar.
Algum dia, quem sabe, eu consiga.
Fazer-me diferente, naturalmente diferente.

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