diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quinta-feira, 16 de abril de 2009

ofício

eu tenho medo de muitas coisas.
mas nunca tive medo de me atirar do trampolim.
de estar sob as luzes do palco.
ser seres que estão guardados nos armários de bibliotecas empoeiradas.
eu sempre quis ser outros.
o meu lado de várias faces.
eu consegui.
ter o privilégio de ser muitos.
e ao apagar das luzes voltar a ser eu.
que não tão simples sou.
desfeita a maquiagem, tirada a roupa.
voltando ao real.
o palco me permite gritar e se ouvido.
no mundo todos estão surdos para os normais.
eu vivi na ribalta.
vivi nos bastidores, chorando.
ilusão, esta é a marca de mim.
os momentos vividos não são meus.
as personagens me tomam.
eu já fui.

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