diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Rezamor

Na hora, no lugar, com a alguém errado.
Ninguém entende nada.
Quanto mais se relativiza tudo é relativo.
Nada é mais objetivo.
Subjetividades que tomam-nos.
A palidez dos rostos assombram.
Ninguém ama mais.
O amor é ultrapassado.
De séculos atrás.
E eu me envergonho.
Por ainda amar, por querer amar.
Solidão me assombra.
O futuro do mundo é a escuridão.
Engolidos pelo monstro de ser só.
Nada é relativo.
Tudo é superlativo.
Amor banalizado. Esquartejado.
Quebra-cabeça de sentimentos sérios.
Amém!
Que o futuro esteja convosco.
Não comigo!
Eu quero as relações do passado.
As estruturas convencionais!
Pelo amor de alguém superior.
Eu anseio por isto.
Mas meu grito é oco, vazio, surdo.
As novas relações dominam os seres.
Salve-se quem ainda quer ser amado.
Ascendam ao plano superior.
E lá esperem alguém.
Ou morram por aqui.
Nesta calamidade sentimental que se instala.
Que permanecerá.
Amém!
Ave Afrodite! Vênus!
Rogai pelos poucos filhos teus que ainda resistem.
Que Eros nos proteja, hoje e sempre!


(pra lala, filha de eros assim como eu)