diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sei, sabia.

A saudade é tão comum.
Mas, cada um que a sinta maior.
Eu tenho. E calo.
Abre a janela do mundo.
Vem ver quantos sofrem.
Eu sei. Silencio.
Quando amei?
Algum dia foi.
Sei que não amo. Mais.
Flores brotaram, no passado.
Morreram.
Outras nasceram.
Virou o tempo.
Fechou o tempo. Riscos.
Coriscos. Raios.
Chuva. Como em mim.
Cinza, escuro.
Triste e gélido.
A vida é como dizem.
Calei-me.
Para o todo sempre.
Não, amém.
Antes e futuramente.
Como dissonância eterna.
Foi. É. Será. Seria.
Sabia. Não mais sei.
Apenas.
Como o som dos saltos nos tacos.
No piso antigo de madeira.
A subida das escadas.
O ranger das tábuas.
Hoje não se ouve mais.
As portas batem ecoando pelas paredes.
Paredes que estão sem cores.
Brancas.
Pálidas.
A casa vazia.
O copo vazio. Derramado.
Fotografias rasgadas.
Cartas queimadas.
Silêncio.
Eu, sentado. No fundo deste cenário.
Esperando...

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