diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa
domingo, 10 de janeiro de 2010
Tua ausência.
Ontem um vento soprou forte na minha janela, e eu me lembrei de ti. De teus cabelos macios que se enroscavam em meu pesçoco. De tua mão, às vezes frias, que me afagavam o rosto. Teus olhos claros e brilhantes. Naquele instante uma estrela brilhou mais forte no alto céu. De tudo que guardei de ti só me restou o perfume. O cheiro adocicado que trazias em teu corpo. Ainda posso senti-lo entranhado em mim. Tua ausência é ainda a maior presença dentro das paredes da nossa casa. Esqueci algumas coisas. Mas, teu perfume é único. Eu fiquei parado na janela. Escutando aquela música que o vento soprava. Não sei quanto tempo fiquei ali, inerte. Envolto nas lembranças e inebriado com teu cheiro, que parecia vivo, como se estivesses ao meu lado, com tua cabeça recostada ao meu peito. Quando enfim dei por mim percebi-me sozinho, sem teus lábios para beijar. Sem tuas mãos, às vezes quentes, para acariciar. Ali, naquele momento eu senti um medo, uma coisa que me apertava o peito e me deixava com uma respiração precária. O frio me tomou. Fechei a janela com muito barulho. Encerrando-me naquela casa vazia.
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Um comentário:
Muito lindo o texto (:
Abraços!
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