diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 24 de janeiro de 2010

Viagem.

Ela caiu num espiral. E foi levada por longos minutos naquele túnel. Não sabia onde pararia. Pensava em terras imaginárias. Talvez Oz ou o País das Maravilhas. Quem sabe, ainda, poderia ir parar através do espelho? Em algum lugar sabia que iria chegar. Além, muito além, de onde estava. Rodando dentro daquele túnel colorido, onde as coisas passavam voando por ela. Sua sensação não era de estar subindo ou descendo, não sabia, não percebia em que direção era levada. Ouvia uma linda canção entoada por pássaros de plumagem brilhante que passavam ali. E o fim daquele túnel não chegava. Ela pensava: Alice teve o seu destino e por quê eu não posso? Podia sim. E continuava seu percurso, em alguns momentos o espiral ficava apertado, ela mal consegui passar, em outro ficava tão largo que ela perdia as paredes de vista. Ela sorria. Mesmo sem saber de nada. Sorria. E enfim chegou aos seus olhos uma enorme claridade. Parecia a "luz no fim do túnel", e era de fato. Ela desejou estar chegando numa terra colorida. Mas, não. A realidade a chamara. Voltara ao seu celeiro. Em tons de sépia. Onde tudo era normal e quieto. O sonho acabou.

2 comentários:

Karol Melo disse...

Wow, muito interessante esse texto. Muito mesmo! Adorei.

Abraços!

Hermínia Mendes disse...

Me arrepiei!
Tu escreve muito bem, moço.
Essa história é viva, nos faz sentir dentro dela.

beijo, moço meu.