Eu tenho os pés e a alma cansados.
O coração já quase não se escuta.
Descompassadamente ele bate, fraco.
Esperei tanto e a espera foi em vão.
O amor.
Não chegou, passou ao largo.
Perdeu-se nos tortuosos caminhos do mundo.
Minha porta não encontrou.
E eu fiquei anos naquela janela, olhando o fim da estrada.
Que ao fim deu em nada.
Silêncio e solidão.
Crua e triste história de quem não se lançou à vida.
Fecho porta e janela, fecho o coração.
Dou descanso à alma e aos pés.
É o fim.
diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa
terça-feira, 23 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
Jogatina
Eu sempre aposto todas as fichas.
Tento quebrar a banca.
Até hoje só quebrei o coração.
Rasguei a alma.
Tenho perdido todas as jogadas.
Mas levanto e recomeço. Sem medo.
Lanço-me novamente em estratégias velhas.
Construo castelos de areia.
Que o vento derruba.
Projeto futuros que nunca se realizam.
E na roleta da vida estou girando.
Uma pequena bolinha entre números que nunca acerto.
Comprando novos sonhos para apostar mais uma vez.
E talvez dentre tantos palpites errados um dia eu acerte no vermelho paixão...
Tento quebrar a banca.
Até hoje só quebrei o coração.
Rasguei a alma.
Tenho perdido todas as jogadas.
Mas levanto e recomeço. Sem medo.
Lanço-me novamente em estratégias velhas.
Construo castelos de areia.
Que o vento derruba.
Projeto futuros que nunca se realizam.
E na roleta da vida estou girando.
Uma pequena bolinha entre números que nunca acerto.
Comprando novos sonhos para apostar mais uma vez.
E talvez dentre tantos palpites errados um dia eu acerte no vermelho paixão...
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Leia na minha camisa...
Era um sábado. Despretensiosamente eu me reencontraria com
uma das grandes vozes da minha vida, da música brasileira, do canto do mundo.
Eu fui, quase sendo levado. Lembrava daqueles minutos presos à frente do
computador, numa sala praticamente desmobiliada, numa noite fria em São Paulo,
quando ouvimos pela primeira vez o disco. Um viva à tecnologia! Ouvíamos em
primeira mão. Éramos dois jovens, naquela solidão paulistana, como aquele grupo
de baianos jovens que aportaram naquelas terras na longínqua década de 1960. E
ouviam seus vinis. Nós ouvíamos MP3. Mas a tensão e a expectativa eram as
mesmas. Ouvimos de uma tirada só. 11 faixas. Um disco curto. As primeiras
impressões foram de estranhamento. Era novo. Quebrava parâmetros como a música
que eles mesmos inventaram anos atrás. Disco comprado logo em seguida, ouvido
diversas vezes, até que aqueles sons que pareciam dissonantes tornavam-se
familiares. Disco guardado. Expectativa para o show. Ingresso comprado, show
adiado. Medo, tensão. Chegou o dia. Aquela companhia da primeira audição
estaria comigo no show. Alegria. E lá estávamos, a caminho do tão esperado
reencontro. No carro ouvíamos o disco. E chegamos. Amigos, conversas. Segundo sinal.
Sentei-me, as pernas já não pareciam me pertencer. Toda minha descontração se
fora. Minhas mãos tremiam como da primeira vez. Meus olhos aguardavam
ansiosamente por rever aquela figura tão querida. Abrem-se as cortinas, as
primeira notas. A VOZ. O sorriso, que parecia ser para mim, direto.
Desarmei-me. Embarquei. Emocionei-me, como tantas vezes. Era o meu reencontro
acontecendo, só ela e eu. O mundo parado ao redor. O seu canto, já é um “Recanto”,
é novo e é o mesmo. O tempo passou. Tudo mudou, mas a voz, a voz é eterna.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Solidão.
Era.
O que não sabia, nem esperava saber.
Estava.
Plantado como árvore velha, cheia de raízes profundas.
Sonhava.
Com mundos distantes e alegrias que não lhe pertenciam.
Sentia.
O vento lhe batendo nos cabelos, nos galhos.
Chorava.
De olhos fechados e boca cerrada.
Silenciava.
Todos os seus sentimentos.
Pedia.
Sorte. Sorte para amar.
Ansiava.
Pelo carinho de outros galhos misturados aos seus.
Queria.
Raízes alheias que trançassem-se com as suas por baixo daquele verde gramado.
O que não sabia, nem esperava saber.
Estava.
Plantado como árvore velha, cheia de raízes profundas.
Sonhava.
Com mundos distantes e alegrias que não lhe pertenciam.
Sentia.
O vento lhe batendo nos cabelos, nos galhos.
Chorava.
De olhos fechados e boca cerrada.
Silenciava.
Todos os seus sentimentos.
Pedia.
Sorte. Sorte para amar.
Ansiava.
Pelo carinho de outros galhos misturados aos seus.
Queria.
Raízes alheias que trançassem-se com as suas por baixo daquele verde gramado.
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