diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

terça-feira, 29 de abril de 2008

Saída de Cena

Tantas palavras ditas.
Sentimentos passados.
E nenhuma palavra que eu queria ouvir.
Apenas coisas jogadas ao léu.
E eu sozinho.
Eu que tanto amei.
Busquei incessantemente.
Trilhei caminhos complicados.
E atravessei mundos.
Disse tantas vez que amava.
E nenhuma foi falsa.
Sempre verdadeiros amores.
Muitos, eu sei, mas leais.
Jamais falei levianamente.
Eu amava sim.
Houve tantos desencontros.
Encontro nenhum.
Como iguais que se repelem.
Todos passaram à margem de mim.
E eu fiquei só.
Ninguém me tocou na alma.
Era muito difícil? Eu era complexo?
Eu que nunca quis ser esfinge...
Decifra-me ou te devoro...
Eu estive sempre à mostra.
Abertamente amante.
Não, talvez, justamente, por isso.
Pos ser totalmente desvendado.
Entregue aos turbilhões do amor.
Findou-se meu carnaval.
Cerram-se as cortinas.
Saio de cena, depois de cumprir meu papel.
De simples coadjuvante nas protagonizações alheias.
Sem meu par romântico.
Apenas o palhaço, dos palcos, das telas...
Pequenas participações nas vidas dos outros.
Sobem o créditos.
Meu nome lá não figura.
Sou micro.
E...
The End.

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