diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Falta

Não me morde mais,
Não arranha,
Beijos, carinhos, abraços...
Nada mais.
Não sinto mais um braço em volta.
Começo a sentir falta.
Como o mundo girava.
Eu não sentia.
Tudo ardia em paixão.
Toda a vida queimava.
E hoje só cinzas.
De lenhas que estalavam ontem.
Sentimentos que secaram.
Esvairam-se, evaporaram...
Nada ficou.
Tudo deposto como os velhos reis.
Tronos vazios.
Corações murchos.
Desatentos olhos que vagueiam no mundo.
Descruzamentos alheios.
Caminhos que nos distanciaram.
Lânguidos movimentos de retrocesso.
Nada voltará.
Novos amores.
Nenhum igual.
Talvez maiores, menores.
Igual, jamais...

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