diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 2 de maio de 2010

Foi.

Era o que era, era o que queria ser.
E não sofria.
Era o tempo, sentado na calçada.
Era o vento, soprando pela fresta da janela.
Era o sol, queimando o corpo amado.
Era o céu, lambendo a terra.
Era a relva, abraçando com carinho.
Era a cama, deitando sobre o amor.
Era o desejo, se entregando inteiro.
Era o cheiro, exalando no quarto.
Era o amor, completo.
Era, sim o que ansiava.
Era a fera, talvez a Quimera.
Era o peso, jogado sobre o mundo.
Era o fogo, ardente em brasa.
Era o que pensava ser.
E era assim.
Era a mão, afagando o sexo.
Era a vida, em pleno gozo.
Jazia, por fim, morto e entregue aos braços de outrém.

2 comentários:

Karol Melo disse...

"Desejo, sexo.
Pluralismo (in)consciente.
Eu queria ser assim.
Escrever desta forma.
Sem amarras."
Vontade.
-
Ééé, pelo visto conseguiu. E de forma MUITO eficiente. Adorei!!!

Abraços!

Elton Menezes Severo disse...

Belo!!