diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 3 de abril de 2016

Sim, passou.

O tempo que passou.
Tentei prender os instantes que eram nossos.
Mas o volátil daqueles momentos não pude capturar.
Uma fotografia não é nada frente aos instantes que vivemos.
O tempo que passou já anda distante.
E esta distância se fragmenta em vários caminhos tortuosos que trilhei desde então.
Naquele único segundo em que fechei meus olhos tudo mudou.
O céu ficou mais perto, o sol ficou insuportavelmente quente.
E tu? Tu desapareceste como num truque de mágica.
Artimanhas do tempo.
Um rápido movimento e já não estavas junto de mim.
Que lentos passos eu dei em seguida.
Meus pés pesavam toneladas.
Arrastei-me para fora de mim.
Desabitei meu corpo por longos dias.
Era o tempo o único remédio possível.
E ele passou. Passou seu bálsamo sobre minha pele, minhas feridas.
Acalentou-me em seus braços de vento.
Embalou-me com suas cantigas de tic-tac.
O tempo que passou... Sim, o tempo passou.

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