diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 7 de outubro de 2007

Maria, Senhora Nossa, Bethânia

Mesmo que eu escrevesse um milhão de palavras não conseguiria expressar todo o meu sentimento por ela.
Não sei quando começou ao certo, não sei também que motivo me levou a tal.
Apenas sei que alguns anos se passaram e meu êxtase aumenta, sempre e cada vez mais.
Quem dera um dia eu possa ter uma milésima parte da presença cênica dela.
Dominar tão bem uma platéia, deixando após o término do seu espetáculo um quê de sagrado, e ao mesmo tempo profano nas almas que lhe assistiram.
Senhora absoluta de seu ofício, de sua arte, não admite desafinos.
Não os desafinos de voz, mas os erros.
Quer tudo na mais perfeita ordem.
Pisa no seu terreno sagrado sempre pedindo licença aos donos do lugar.
Pés descalços, em respeito ao solo santo.
Não tem pudor em nos tocar no mais fundo do nosso ser.
Estamos sempre à mercê de sua vontade (voz), é ela que nos guia as emoções.
Nos faz reverência ao fim de seu ato, quando deveríamos, sim, nós estarmos prostrados aos seus pés.
Agradecendo por nos ter presenteado mais uma vez com sua força vital.
Que Iansã a guarde entre nós por muitos anos mais.
Não nos prive tão cedo dessa magnitude cênico-musical.
Êparrei, Maria.

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