diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Vingança

Nunca pensei desejar mal a alguém...
Querer a desgraça de outrem...
Mas hoje eu fiz.
Não se certo ou errado, foi minha vontade.
Fi-lo, e não me arrependo.
Reafirmo minhas palavras e vontades.
Sei que não podia fazê-lo.
Mas nas vontades não se manda.
Apenas sente-se.
Como não guardar nada pesado em mim?
Tu não deixas!
Tinha alegria, sem saber-me alegre.
Era jovem, hoje velho.
Fui amante, nunca amado.
Quis ser algo em alguém.
Nada me restou.
Poeira úmida.
Ambiente triste.
Visão eterna do meu sofrimento.
Ver-te sempre me dói.
E tento não sofrer.
Impossível.
Queria não mais saber notícias tuas.
E passas por mim todos os intantes.
Fazes de propósito?
Caso pensado?
Queres ver-me no chão?
Além do chão.
Morto, enterrado.
Um dia serei.
Que muito não me demore.
Sei que meu túmulo será tua felicidade.
Digo-te antes: Jamais serás amada como por mim foste.
Nunca sentirás um beijo mais fresco que o meu.
Não terás nunca felicidade plena.
Como eu também não tive.
Perseguirei-te hoje, amanhã e sempre.
Serei uma mesmo que uma vaga lembrança a perturba-lhe o cenho.
Não terás noites calmas.
Serei a tormenta de teus sonhos, pesadelos.
Em teu leito de morte estarei gargalhando.
Como quem assiste uma ridícula comédia.
Será teu triste fim o meu único motivo de satisfação.
Não te queria odiar.
Mas forças-me a ter ódio de ti.
Sei que pagarei por tudo que te desejo.
Mas nada será maior que o meu sofrimento.
Por saber-te de outro e querer-te.
Por ser imbecil ao ponto de ainda te amar.
Como seria bom um passe de mágica e livre de ti estaria.
Mas meu amor se transformará em algo pior: horror, ojeriza, ódio.
Verdadeira aversão a tudo e todos que me façam lembrar-te.
Um dia sei que não mais sentirei nada.
Desprezo apenas.
Mas até lá, só vontade de vingança.
Crueldade em pessoa.
Não me quiseste amor, me terás em ódio.

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