diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Meu apartamento.

Como eu queria saber dizer-te o que sinto.
O quanto eu penso e pensarei em ti.
Meu inconsciente projeta-te a toda hora.
Vejo-te como uma miragem de deserto.
Minhas mãos gelam, meu peito dispara.
Por uma cabeça que gira em torno de outro.
Eu bem o sabia quando te vi.
Jamais amarias alguém como eu.
Foi uma tola ilusão apaixonar-me.
Bem sei, mas quem podia não fazê-lo?
Tu eras tão linda, lembro-me sempre.
Olhos profundos, belas feições.
Mãos que laçavam tão carinhosamente.
Voz doce, personalidade forte.
Atraente, cheiro marcante.
Quase a perfeição, quase o céu.
E ao mesmo tempo o inferno.
Com seu calor, sua lascívia.
Sua formosura ardente.
Seus dentes que cravam na pele.
E hoje, onde estás?
Privas o mundo de tua beleza.
Ou já não és mais tão bonita?
Como estás vivendo? Com quem?
Só perguntas e teu perfume no ar.
Impregnado nas paredes do meu velho apartamento.
E eu fico imerso neste mundo.
Tão meu, tão infinitamente particular.
Esperando o dia que voltarás.

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