diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Sem você.

Enquanto queimo meu dinheiro, a vida passa.
Quando te afogo no álcool, me afundo.
Da minha janela nada vejo.
Apenas a escuridão da noite, o brilho da lua, rainha, no céu sem estrelas.
Daqui de dentro de mim vazio o mundo principia.
E se finda.
Mundo que se resume a mim, hoje.
Um dia foi extenso.
Te incluía.
Minha vida é sem cor, meu peito vazio, minha alma é fria.
Tua lembrança me assombra, me ronda noite e dia.
O velho rádio não toca outra música, apenas a nossa.
Cada nota me corta a pele, fere.
Eu queria fazer alguma coisa.
Sou sem vida, sem ação.
Estático, monocromático.
As noites são cada vez mais longas.
Os cigarros queimam mais rápido.
E o tempo não passa, não se desfaz a saudade que me aperta.
Junto à janela minha cadeira, que nunca está desocupada.
Estou sempre ali.
Olhando o final da rua, esperando rever aquele vulto.
Quem sabe de volta...
Nada, apenas o desejo de ter-te outra vez.
A vontade de sentir teu cheiro, tua pele outra vez na minha.
E sinto frio.
Fico sem você, sem amor, sem ninguém.
Esperando, esperando, esperando...

Um comentário:

Karol Melo disse...

Esse texto me lembrou uma frase, nem sei como é ela direito, algo do tipo: É bem ruim estar com um monte de pessoas ao redor e sentir falta de uma, dá no mesmo que estar só. Enfim, algo do tipo x_x

Abraços!