diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Batidas.

Os nós dos meus dedos estão doídos, de tanto bater na surda porta.
E tu, atrás dela, fingias não ouvir.
Quando cessavam minhas batidas ouvia tua ofegante respiração.
No silêncio profundo que se instalou, era possível ouvir tuas lágrimas caindo ao chão.
Eu sei que me querias do mesmo lado da porta.
Mas, teu orgulho foi maior.
E ficamos separados, eternamente, por uma dura e resistente placa de madeira fria.
Assim nossas vidas seguiram caminhos opostos.
Sempre.

Um comentário:

Hermínia Mendes disse...

É interessante pensar que uma vida é separada de outra por uma porta fria de maderia. Se fosse tão simbólico quanto parece, derrubariamos com mais facilidade essa porta, porém, não é.

Lindo.
Visível aos olhos e coração.