diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Confusão

um frio me tomou a espinha
sentimento de perdição
as palavras me jorram
como água brota na fonte
e a noite segue silente
momentos breves
movimentos ligeiros
estagnações demoradas
o violão tange longe
cordas que se entrelaçam
notas que me chegam
coração que quer parar
breves pausas
a tristeza bateu
e não ficou, pena
pois a outro sentimento
deu lugar
e este é pior
afastamente, repentino
é melhor para não sofrer
ou quem sabe sofrer menos
quero parar, de pensar, de escrever
mas não consigo
tudo me sai pelos poros
olhos, narinas, boca e orelhas
quão ignóbil fui
e não via
como cego que não quer enxergar
a verdade sempre dói
mas é crua, nua, real
ilusórios mundos de nada valem
quando vem a realide pô-los abaixo
sentença de vida
o negrume da noite domina o mundo
ou apenas metade dele
perder o tino, o rumo, o caminho
se deparar em meio a uma estrada
sem saber para onde ir
sem saber de onde se veio, onde se está...

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