Quero ordernar meus pensamentos, para escrevê-los...
Não consigo...
Uma enxurrada de sentimentos me toma.
Misto de alegria, tristeza, saudade, mágoa, desilusão...
Ah! Quem me dera eu soubesse ao menos quanto tempo resta.
Eu não sei mais nada.
Tenho vontade de te odiar e te amo.
Tenho desejo de te esquecer e estás mais viva em mim que antes.
Penso em desistir da vida e a vida insiste em me manter aqui.
Tive sonhos, não os realizei.
Pensei projetos não os concretizei.
Tive medo, sofri e chorei sozinho.
Nenhuma mão me amparou.
E eu sempre lá, à postos.
Pronto para auxiliar aos outros.
Quando caí, só o duro chão.
Tive amigos, vivi rodeado.
Mas o silêncio da multidão me era absurdo.
Naquela dissonante orquestra de vozes havia um silêncio.
Uma nota muda, uma pausa infinita.
Faltava tua voz.
Eu estava solitário mesmo na companhia de vários.
O vazio me tovama inteiro nas noites frias.
Nas quentes também.
E tu, zombavas de mim, longe, nos braços de outro, de outra, de ninguém...
Nada de que "quando os olhos não vêem o coração não sente"...
Eu sentia, eu sinto. Eu sofro.
Que culpa tenho se sou verdadeiro comigo mesmo.
Se não tento escamotear meus sentimentos.
Levanto-os como uma bandeira.
Estampo-os na minha roupa.
Trago-os debaixo do braço.
E por mais veracidade que eu empregasse tu não me acreditava.
Nunca mais falei, nunca mais te vi...
Não sei quem és agora.
Se a mesma, se diferente. Mais velha, mais nova?
Eu, mais velho, feliz não fui.
Espero, sinceramente, ao menos que tu tenhas sido muito feliz.
Nos muitos braços alheios onde te deitaste.
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