diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Poeira das Estrelas

Eu sei que um dia eu passarei.
E nada do que fiz e disse ficará.
Tudo se apagará.
O pó da estrada cobrirá.
Ninguém saberá quem fui.
Os que comigo viveram, também.
Não mais lembrarão de mim.
As minhas coisas serão perdidas.
Jogadas no mundo.
Os meus escritos deturpados.
Quando não queimados.
Não marcarei a vida de ninguém.
Mas isso não me choca.
Tampouco me desestimula.
Eu escrevo, se nada ficar.
Não me importo.
Eu, onde estiver saberei.
Que passei, vivi, amei,
Sofri, e marquei.
E quando de mim nada restar
Que os próximos tomem conta de tudo.
Pois eu já não estarei interessado.
O mundo estará à disposição de vós.
Eu serei apenas pó.
Poeira das estrelas.
Resto de algo que fui.
Fragmentos de uma vida.
Intensamente vivida.
Solilóquios com o papel e a pena.
Retratos do meu eu.
Expressão de minh’alma.
Nada mais.

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