O que fazer com tanto amor guardado?
Distribuí-lo indistintamente sem esperar retorno?
Silenciar no peito até se esgotar?
O coração a galopes querendo pular peito afora.
A boca seca, amarga.
Beijos apodrecendo na língua ainda quente.
Mãos que não conseguem ficar paradas, buscam o corpo amado.
Tão distante e frio.
O corpo que pulsa pelo amor estrangeiro.
A respiração ofegante dos amantes antigos.
Olhos que perderam o brilho por não espelharem a imagem amada.
Tudo que um dia foi alegre apagou-se na escuridão da desesperança.
Apenas saudade.
E o intacto amor inchando o peito dolorido.
Amor virgem, nunca tocado.
Eu não sei por quanto tempo ainda conseguirei escrever sobre amor.
Tenho a impressão que uma manhã qualquer meu coração será frio.
Meu peito oco, vazio.
E eu já não saiba mais dizer uma simples frase:
Eu te amo.
Ou te amei? Ou nunca amei e tudo inventei?
Eu já não sei.
Apenas sinto, sofro, choro, calo e espero.
O fim, o começo, o fim do começo ou o começo do fim.
Pacientemente aguardo.
E é só isso que sei fazer.
Amar e viver.
Viver de amar, amar para viver, morrer de tanto amar.
Pulsações de um ridículo coração que ainda insiste em ter amor.
E bate, bate, bate, bate...
Um comentário:
que bate calado..
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