diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 19 de dezembro de 2010

Voo Final.

O meu prazer de sofrer não chega nem perto do teu prazer em me fazer sofrer.
Por que não pudemos simplificar tudo em algumas poucas palavras?
Meu rasgado e sangrento coração ainda insistiu em pulsar amando.
Quando já nem sabia mais o que é o amor.
Meu peito doeu por não suportar tamanho músculo massacrado.
Quis rasgar minha carne e expurgar todo esse sentimento de dentro de mim.
O que deveria ser bom só me fez um intenso mal.
Eu sei. Sei que tudo é foi minha culpa.
Que eu não sei, nunca soube medir o amor.
Minhas doses sempre transbordaram.
Exacerbei todo meu coração por amar demais.
Essa foi minha única e grande culpa.
E cumpri minha pena.
Não saber mais amar.
Ser vazio e triste.
Culpa por amar muito e intensamente.
O fim de quem ama.
Solidão.
Fim de todo meu coração já esmagado contra as costelas desse peito que ficará oco.
É o destino, escrito e traçado pelas minhas própias mãos que um dia afagaram teus cabelos.
Junto os meus lábios, as minhas pálpebras. Sinto o vento no meu rosto.
É o impulso final. O pulo. O silêncio.
O barulho seco no impacto.
Acabou.

Nenhum comentário: