diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Satisfação

Que tal espírito me toma?
Que força magnética exerces sobre mim?
Que olhos me perfuram a alma?
Por que me fazes te amar?
Quisera porder odiar-te.
Afasta-te de mim.
Não só hoje, mas sempre.
Vai-te para longe.
Passa como os ventos.
Deixa tua marca.
Já que impossível seria.
Retirar as chagas que fizestes em mim.
Abristes meu corpo ao meio.
Escarnando-me total.
Absolutamente entregue a ti.
Fizestes de mim teu escravo.
Apenas ao teu olhar tremo.
Palpita-me o coração ao menor rumor teu.
Teu cheiro me enoja. Não me excita mais.
Teu corpo é horrendo aos meus olhos.
Não és mais tão bela quanto antes.
Pois não te consigo odiar.
Tento imaginar-te diferente.
Não obtenho sucesso.
Quero livrar-me de ti eternamente.
Desejo ardentemente teu fim.
E não mais tu junto a mim.
Não! Não, minhas palavras estão loucas.
Não sei mais o que digo.
A desilusão nos faz enlouquecer.
Tudo é mentira.
Tu bem sabes.
Quero-te cada dia mais.
Cada segundo sem ver-te é um século.
Teu cheiro sinto ainda em mim.
Tu que nunca estivestes corpo a corpo comigo.
Minha amiga. Qual o quê?
Quero-te mulher.
Minha, só minha.
E de mais nenhum outro par de olhos flamejantes de desejo.
Meu sentir estar-se esvaindo.
Meu corpo não resiste mais as dores.
Entranhas estão em brasa.
Ardendo por ti, para ti.
E tu finges não saber.
Regojizates ao me ver assim.
Vibras com meu penar.
E eu te amo tanto.
Eu te amo...

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