diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Uma Manhã Não Dormida.

Sinto novas pulsações para escrever.
Prometo não me alongar tanto quanto antes.
Dormi mal aquela noite. Tive pesadelos horrendos.
Suei muito na cama. Saí dela e fui para o sofá, que por ser pequeno quebrou-me a coluna.
Não sei por que não consegui chegar ao terceiro estágio do sono, o profundo.
Meu corpo queimava no colchão.
Tive pensamentos tropicais. Praia, mar. E o tempo estava gélido, quase glacial. Meu papagaio gritou a noite inteira. Ajudando ao meu não conseguir dormir.
Tomei calmantes, barbitúricos, sedativos. Nada me apagou. Não consegui aforgar-me em mim mesmo.
Não sonhei quase nada. Pesadelos. O sol tostava-me pelas frestas das janelas. E o tempo esquentava. Não queria olhar o dia pela janela do quarto. Tinha medo de ver a cidade correndo sem parar.
As buzinas tomavam uma proporção absurda aos meus sensíveis ouvidos.
Minha cabeça parecia conter uma bomba-relógio, pronta a explodir a qualquer momento. Quando menos se esperasse. E o relógio corria como louco.
E nada de sono. Apenas uma leve sonolência. Que não conseguia me derrubar.
O orvalho da manhã banhava as plantas. Bah! Quanta baboseira poética.
Vão às favas com poesia. Cansei das letras.
Tudo que se escreve deve antes ser vivido. Não apenas grafado.
Bocas devem antes murmurar as aleatórias letras. Não as mãos escrevê-las.
E lá vou me estendendo além do desejado.
Por que tudo brota? Não sei a razão.
Apenas obedeço impulsos.
Como o coração nos põe vivos.
Inconscientemente.

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