diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

domingo, 12 de dezembro de 2010

Aposento.

Hoje eu entrego os pontos.
Estouro aquela caneta velha no chão.
Quebro o lápis.
Destruo o teclado do computador.
Queimo os papéis. Os escritos.
Os que ainda estiverem em branco.
Não quero mais nenhuma possibilidade de te escrever.
Vou ficar silencioso.
Por quanto tempo eu não sei.
Só sei que para você não escrevo mais.
Esgotou-se meu vocabulário para te dizer do meu amor.
Você não me ouviu, não me ouve.
Não me ouvirá, eu sei.
E nem por isso te culpo.
Respeito sua decisão.
E espero que você acate tranqüilamente a minha.
De hoje em diante aposento meus verbos.
Esqueço tudo que um dia escrevi, amei, senti.
Até um dia em que o amor, talvez o mesmo, ou não.
Venha em mim bater.
E mais uma vez me fazer desequilibrar mesmo com os pés plantados no chão.
Ter vertigem, vertigem de amar.
E aí, quem sabe, você entenda o que eu quis tanto te dizer.

Um comentário:

Unknown disse...

Você é uma inspiração para mim!
Que bom que posso ter acesso à suas escritas!
Está incrível.