diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

sábado, 29 de setembro de 2007

Em cada coração...

E depois de uma noite o que sobrará?
Apenas o frescor de um amanhecer.
Orvalho leve e passageiro.
Brisa matinal que se extinguirá.
Sombras que mudarão de lugar.
Luz que dura pouco.
Amores que são de éter.
Volatéis.
Pessoas que nos amam momentaneamente.
Ou talvez nem isso.
Brinquem, joguem com nossos sentimentos.
Cansei de ser só, manipulado.
Quero viver sem amor.
Dor que queima minhas entranhas.
Solidão no meio de uma multidão.
Siêncio que se ouve no barulho.
Clarão das noites escuras.
Pedra de ar, terra e fogo.
Sonhei tanto com o amor.
E que idealizei-o demasiado.
Hoje sei que não há nem haverá
amor de mão dupla.
Pequena e estreita via única.
Sem direito a volta.
Apenas a poeira que sobrará
Depois de uma desvairada noite amorosa.
Só os resquicíos do que fomos no amor.
Na vida que passamos.
Em cada coração que moramos.
Mesmo sem permissão pulamos de vida em vida.
Perturbamos as almas atormentadas.
Atormentamo-nos muito mais com esses pulos.
Não nos aquietamos quando somos sós.
Precisamos de alguém para quem viver.
Algum objetivo humano à nossa frente.
Erguendo a fronte e seguindo.
Até a noite passar e o dia raiar.
Auroras que nos trazem à realidade.

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