diário, escritos, rascunhos, pulsações de uma vida quase completa

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O quê?

Por que querer fazer o impossível possível?
Se o impossível já é por si só.
Como querer mudar o curso da natureza?
Por que é tão difícil mudar o mundo?
Seria possível que tranformássemos as pessoas?
Queria poder ter esse poder.
Seria tão mais simples se fácil fosse.
De que vale querer e não ter.
E ter o que não queremos?
Ou mais ainda não termos absolutamente nada!
O nada é fato, como o céu não é o limite.
Como o tempo implacável é passante.
Juntam-se os ponteiros da minha vida.
Que me chegue logo a hora marcada do fim.
Encontros e desencontros unidos num só ser.
Despedidas na hora de não mais ser.
Abstratamente só e solitário.
Perdido numa imensa névoa da multidão.
Queria ter-te sempre ao meu lado.
A ouvir meu ais e alegrias.
Dividir é melhor que somar.
Ter níquel não anche coração.
Não aquece a alma.
Que fria sente e sofre.
Viver é não simplesmente passar no mundo.
É querer poder, fazer o quê diferente.
Sem sentir-se que se faz diferente o amar.
Postar-se no mundo com uma nova cara.
Uma máscara ilusória, que esconde a verdadeira face.
A triste e solitária face do poeta que ama.
Na obscuridade de seu tinteiro.
Na clareza de seu branco papel.
Nas mal traçadas linhas que escreve.
Sempre e tanto em louvor ao seu amor.
Pôr-do-sol laranja e quente.
Início de uma hora sem luz.
Escura e secreta.
Misteriosamente fria e quieta.
Uivos noturnos de dor serena e calma.
Ferida de sangra internamente e arde.
Vísceras que se desfazem continuamente.
Coração dilacerado e ainda vivo.
Dor lancinante e lascívia.
Que um dia como o vento passa.
Deixando seu rastro de destruição.
Ilumina-se novamente a face obscura pela máscara.
E ver-se nos lábios um novo sorriso.

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